Capítulo 19

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Finalmente chegou o dia tão esperado do chá revelação. O dia em que Emerson descobriria que sua menininha estava vindo ao mundo e possivelmente o dia em que Letícia o teria amarrado pelas bolas.

Como ela sonhava.

Fiquei a manhã inteira no salão para garantir que tudo saísse exatamente do jeito que estava planejado, perto da uma da tarde fui para casa me trocar já que a festa iria começar as três.

Optei por um vestido dourado de bandagem, tomara que caia, bem ajustado ao corpo e por ir até abaixo do joelho deixava a impressão das minhas pernas serem mais longas, coloquei um salto de tiras da mesma cor, os cabelos escorridos até o meio das minhas costas, uma maquiagem no mesmo tom de dourado com marrom e estava pronta para enfrentar essa grande revelação misturada com uma pitada de ironia e desastre.

Saindo de casa um paciente me ligou, coloquei no sistema de chamada do carro e fui o caminho todo conversando, quando cheguei ainda fiquei um tempo no carro e só entrei no salão depois das três e meia.

Não tinha muitas pessoas, reconheci somente duas primas da Letícia e o resto provavelmente eram amigos dela e do Emerson.

Conversei com a organizadora para certificar que estava tudo em ordem e peguei uma taça de champanhe com o garçom que estava passando.

Avistei Letícia, Emerson e a tia Su conversando com duas pessoas na última mesa do salão e não quis interrompê-los.

Minha amiga estava simplesmente maravilhosa, achei que viria com uma roupa completamente azul como havia dito, mas o vestido tinha somente a parte de cima em azul, sem mangas, com um decote generoso que deixava os seios volumosos e inchados bem destacados, tinha uma faixa da mesma cor abaixo dos seios que os sustentavam e o restante do vestido era colorido até o pé, fazia uma ondinha linda na barriguinha saliente e parecia uma cachoeira de arco-íris, notei que seus cabelos estavam mais curtos e as mexas castanhas enroladas.

Tentei não reparar muito no pai da criança que estava a sua frente, mas era impossível não parar para notar aquele belo exemplar de homem. Puta que pariu, tinha que ser bonito assim? Minha menininha chegou a chorar ao se dar conta de que já teve aquele homem maravilhoso dentro dela.

Meu Deus que saudades...

O doutor vestia uma calça jeans com lavagem escura, uma camisa lisa rosa claro de manga curta, os botões eram de um rosa mais escuro com o bolso do lado esquerdo da mesma cor, sua barba estava muito bonita, um pouco maior que de costume, muito bem desenhada, um corte de cabelo moderno e ele parecia mais musculoso do que da última vez que o vi.

Porra, que homem!

Que vontade de desabotoar aquela camisa e arranhar todos aqueles músculos... Virei todo o champanhe para acalmar os ânimos.

— Vejo que ainda não se acertaram — Otávio apareceu do meu lado me assustando.

— Faz tempo que não te vejo — sorri dando um beijo na sua bochecha. — Você é team Clara? — ele vestia uma camisa rosa com listras brancas.

— Para fazer os gostos do meu primo — ele era charmoso e muito bonito, que família abençoada.

— Não respondeu mais minhas mensagens — comentei deixando a taça vazia em uma das mesas.

— Desculpa, fiquei fora essas semanas e depois que Emerson quebrou meu nariz achei mais sensato evitar.

— E o papo de sermos amigos?

— Me desculpe, só quis deixar a poeira abaixar um pouco, sei o quanto meu primo pode ser impulsivo as vezes — justificou-se com um sorriso de lado.

Ardentemente SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora