Não vou mentir e assumirei que logo depois da foda rápida no banheiro nós fomos para a casa do doutor e fodemos feito dois loucos no cio madrugada a dentro — e reforçar que não era mentira o lance de me amarrar e me foder até me ter desmaiada de prazer.
Não consigo resistir, isso é um fato. Então decidi que não posso mais adiar o inadiável, eu e ele não conseguimos ficar longe e não tenho mais argumentos ou coração para conseguir manter essa ilusão.
Preciso do doutor, do seu corpo, do seu sorriso, das nossas conversas, dos momentos e até mesmo da sua grosseria.
Depois dessa minha decisão de meter o foda-se nós ficamos finalmente bem. Não totalmente já que não tínhamos conversado com Letícia ainda, mas nós passamos quase todas as noites da semana juntos, fomos para a academia perto do serviço e almoçamos também.
Como se fossemos namorados, mas sem o título em si. Até porque não tinha como rotular alguma coisa agora, ainda é o comecinho e tudo pode dar errado.
— Vamos jantar fora?
Era sábado à noite e estávamos deitados no sofá maratonando House a horas, o sofá dele é retrátil e conseguíamos ficar juntinhos e confortável.
— É uma boa, mas... — meu lado racional não deixada de ponderar todas as situações que poderiam nos comprometer.
— Podemos ir até Campos do Jordão, nós dormimos por lá e passeamos no domingo — sugeriu pausando o seriado.
— É uma ótima ideia — sorri pela consideração. — Mas vamos assim? No susto? — tive que perguntar já que é uma viagem de quase três horas.
Muitas vezes o doutor é grosseiro quando o assunto é nos esconder por conta da Letícia, mas eu via seu esforço em tentar não me magoar. Não entendo o motivo dele ser assim, considerando que desde que o conheço Emerson sempre fez de tudo para ser discreto e afastar as pessoas que mostravam interesse em algo a mais.
Mas não comigo, ele parecia querer se arriscar quando o assunto era nós.
E isso me assusta na mesma na mesma proporção que faz as borboletas do meu estômago se agitarem afoitas.
— E ainda te como de sobremesa quando chegarmos — afirmou beijando minha boca em um beijo roubado.
Corremos tomar um banho e nos arrumar para a mini viagem, Emerson colocou algumas coisas em uma mochila e fomos até meu apartamento para que eu pudesse arrumar minha malinha.
Saímos estrada a fora umas sete e meia e o caminho foi muito agradável, descobri que seu jeito rústico combinava muito bem com o gosto musical, gostava de sertanejo universitário e modão — além de saber cantar todas as músicas que tocava —, eu até consegui acompanhar e cantar alguns trechos das músicas mais populares, mas a maior parte eu fiquei quieta babando por aquele homem com a voz grossa que parecia cantar para minha menininha que já batia palmas para ele.
— Deixa eu dirigir para você descansar um pouco — me ofereci percebendo que já estava tenso demais no banco, mas ele apenas negou com a cabeça. — Para de besteira, estamos em dois no carro, posso muito bem dirigir também — argumentei.
— Já estamos chegando — o navegador mostrava que chegaríamos em quarenta minutos, então só olhei para ele e cerrei os olhos.
— Não posso dirigir seu carro?
— Não é isso Angel.
— O que é então?
— Não estou cansado, relaxamos o dia todo, consigo tocar até a pousada.
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Ardentemente Sua
RomansaNa mesma proporção que o sexo te dá tudo, você não tem nada. Praticamente como na música da Rita Lee, Angel se viu em meio a uma selva de epiléticos, envolta no antro da putaria e prazer ilimitado, mas tão sozinha como nunca esteve. Apavorada por...