Caminhos Cruzados (Girls From Staten Island - livro 5)

11 (parte um)

Treasure, that is what you are
Honey, you're my golden star
You know you can make my wish come true
If you let me treasure you
If you let me treasure you, uh, uh

(Tesouro, é isso o que você é

Querida, você é a minha estrela dourada

Você sabe que pode realizar meu desejo

Se me deixar te valorizar

Se me deixar te valorizar, uh, uh)

(Bruno Mars – Treasure)

Vie já tinha um mês quando Nanda e Carter vieram de Washington para visitá-la. Foi um dia que me diverti muito, principalmente com ela me contando do almoço em família que eles realizaram no feriado, a dela era espalhafatosa e intrometida, quando a do Carter era quieta e silenciosa. Mas se deram bem, principalmente Ethan (o namorado loiro bonitão de Aimee) e o Anthony, eles eram antigos colegas de escola.

É engraçado que quando você está grávida as pessoas te notam e te enchem de mimos, quando o bebê nasce é como se a mãe fosse invisível. Todas as visitas só tinham olhos para ela. Mas eu não podia reclamar, se dependesse de mim eu passaria o dia inteiro só admirando aqueles olhinhos verdes-escuros que me fitavam fortemente quando eu falava com ela. E como eu falava com Vie!

Como Kassie ia trabalhar, agora em período integral no NYO, eu passava muito tempo sozinha. Minha prima não tinha hora certa para chegar do escritório, então eu ficava o dia todo conversando com a bebê. Parecia mesmo ter outro adulto na casa se alguém ouvisse do lado de fora. As meninas do Dear Mama vieram me ver, e Lucia e Maria disseram que isso era muito bom, estimularia Vie à comunicação.

Minhas amigas mandavam mensagens perguntando sobre Vie o dia todo, mas eu mal tinha tempo para responder. Minha rotina se resumia em cuidar dela, e um bebê dava muito trabalho.

Minha filha me cansava mais do que quando eu tinha dois empregos, mas no fim do dia quando eu conseguia deixar ela com Kassie para poder tomar um banho e saía do quarto a chamando, eu a via se balançando e me procurando. Meu pequeno diamante reconhecia minha voz. Eu não podia ser mais feliz.

***

Dias depois, a consulta de Vie tinha sido cancelada, então eu estava em casa falando com Berry por mensagens sobre a situação crítica da Noruega (aparentemente o acusado seria julgado de ter feito toda a bagunça, livrando assim a família real da culpa), quando ouvi Kassie e Matt chegarem juntos. Vie dormia no berço e eu ia aproveitar o momento para ter contato com adultos quando parei ao os ouvir falando sobre Simon.

- Foi o que o Alonzo disse, Mi Nina.

- Mas mais da metade do salário? Ele paga as contas e só? Manda todo o resto para cá? – Kassie mexia em algo.

- Ele só trabalha, e pega turnos extras. Em um dos incêndios ele entrou de volta para pegar o quadro de uma mulher. Nem era gente, era um quadro! Ficou com queimaduras de 2° grau. – a TV foi ligada, mas o volume ainda era baixo.

- Está viciado em trabalho... – Kassie murmurou soando triste.

- O Alonzo não sabe sobre a situação dele e da May, então incentivou ele ter um encontro e ...

E aí?! Arregalei meus olhos por detrás da porta.

- E aí? – Kassie ouviu meus pensamentos.

- Desligou na cara dele. – Matt concluiu. – A família dele está preocupada, dizem que ele está triste desde que foi para Sacramento, a mãe quer até que ele volte para cá, onde tem amigos e etc.