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(parte um)

I get lost under these lights
I get lost in the words I say
Start believing my own lies
Like everything will be okay
Oh, I still dream of simple life
Boy meets girl, makes her his wife
But love don't exist
When you live like this
That much I know, yes I know

(Eu me perco sob essas noites

Eu me perco nas palavras que digo

Começo a acreditar nas minhas próprias mentiras

Como se tudo ficaria bem

Oh, eu ainda sonho com uma vida simples

Garoto conhece garota e ela se torna sua esposa

Mas o amor não existe quando você vive desse jeito, isso eu sei, sim, eu sei)

(Bruno Mars – Young girls)

- Sério mesmo, ele quase pegou fogo. – a risada de Simon saiu depois da frase no outro lado da linha.

- Seria a maior ironia do mundo, um bombeiro se queimando no treinamento. – respondi bebendo um pouco do meu café na minha pausa do turno noturno do Dear Mama.

- Ainda bem que o Gus, o parceiro dele, percebeu que a cena estava real demais.

Ele me ligava ou mandavam mensagens todos os dias, era bem mais fácil conversar com ele dessa forma do que pelo efeito dos seus olhos.

- Mas vocês fazem as encenações com gritos e tudo?

- Sim, a gente tem que representar todo tipo de vítima, até as histéricas. – percebi um leve bocejo no fim da fala dele.

- Imagino você gritando. – ri um pouco. – Está cansado?

- Estou. Hoje foi pesado, estou levantando mais de 170kg, além de outros treinos. – suspirou e eu fiquei impressionada.

- Se a carreira de bombeiro não der certo, já pensou em ser fisiculturista?

- Simon Schwarzenegger, até que combina.

Gargalhei. E em seguida observei umas duas famílias entrarem no café.

- Preciso ir. – levantei e fui caminhando para o balcão. – Beijos, se cuida. Bom descanso.

- Beijos, Cari, até mais. – fim da ligação.

Já queria que ele estivesse de volta, mas fazia só 10 dias que ele tinha partido.

- Boa noite, bem-vindos ao Dear Mama em que posso ajudar? – me direcionei à mesa onde a família loira se acomodou e dei meu sorriso forçado, desviando os pensamentos do meu cara.

***

A revista CHARM, não tinha uma saída de vendas como a VOGUE ou a RUNWAY, mas era tão intimidadora quanto. O prédio deles tomava 3 andares de um dos prédios perto do monumento do 11 de setembro. Se do chão eu olhasse para cima não veria seu topo.

Usei a roupa mais estilosa que eu tinha, uma calça social cinza, e um moletom cinza mais claro com um colar por cima, coloquei tênis pretos e lá fui eu. As pessoas nessa região da cidade se vestiam bem e corriam o tempo todo pelas ruas. Como a garota do filme O diabo veste Prada. Adam Krane, era o dono da revista, mas eu não o vi. Falei com Karol, a responsável pelas imagens e comecei meu trabalho no estúdio com iluminação maravilhosa que eles tinham. A única coisa ruim era o ar-condicionado forte demais do lugar, que me provocou espirros assim que entrei.

Caminhos Cruzados (Girls From Staten Island  - livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora