capítulo 12 - liberdade e o mar

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O Sol queimava a pele de Marco, agora com seus 18 anos, se encontrava em uma pequena embarcação no mar mediterrâneo, seus olhos azuis brilhando em empolgação, era a primeira vez que deixava o Egito para conhecer o mundo, já era a hora de ver o que mais havia no mundo além da imensidão do deserto, do calor escaldante dos dias e das noites frias.

O loiro batia seus dedos contra a madeira levemente envelhecida e descascada, seus olhos observando a imensidão azul do oceano, apreciando a brisa maritma ir de encontro ao seu rosto, um pequeno sorriso surgiu em seus lábios e ele voltou seu rosto menos infantil para o moreno de sardas ao seu lado. Agora estava tão mais alto quanto o Deus, precisava até mesmo abaixar o rosto para encará-lo, era algo que Ace achava engraçado até, ter visto o garoto de 10 anos crescer e ultrapassá-lo até se tornar um adulto, as feições infantis se tornarem aos poucos mais maduras, as bochechas arredondadas perderem aquele encanto juvenil e ganharem traços mais fortes e marcados.

- Isso é incrível - comentou o rapaz olhando para o azul profundo do mar - é tão bonito, o Nilo chega a ser quase nada perto disso.

- E tem muito mais beleza ao fundo - disse o Deus lembrando-se de quando nasceu e conheceu as profundezas do vasto oceano, quando sentiu aquelas águas o embalarem como uma canção de ninar - o oceano é o berço da humanidade, suas ondas são como braços de uma mãe a acarinhar seu filho.

- Eu posso entrar? Quero sentir as ondas - pediu o loiro estendendo a mão para tocar na água.

- Pode, mas não aqui, estamos em uma parte muito funda para nadar, é perigoso - explicou o Deus repousando sua mão sobre os fios dourados, bagunçando-os com ternura - quando chegarmos em terra você pode entrar no mar.

Marco suspirou sentindo o vento em seu rosto, fechou os olhos apreciando os toques em seu cabelo e sorriu pequeno e contente.

- Então é assim que você se sente quando viaja? - questionou o loiro abrindo os olhos - acho que meu peito poderia explodir com essa sensação.

- É uma sensação ótima, não é? Como se pudessemos fazer tudo, sermos livres, felizes para sempre - Ace sorriu e inspirou profundamente o cheiro de mar - você sente esse cheiro? É o perfume da mais bela sereia que existe, mas também é o perfume de algo que a gente ama sem precisar de um motivo.

Marco olhou para o Deus e inspirou aquele aroma, seus olhos se fechando para apreciar melhor aquele cheiro, um sorriso surgiu em seu rosto e ele assentiu abrindo os olhos e se voltando para o Deus.

- Você tem esse cheiro - comentou o loiro apoiando o quadril contra a madeira - cheiro de algo que a gente ama sem precisar de um motivo...

Ace sorriu caloroso e acariciou as bochechas do rapaz, depositando um selinho suave na pele próxima aos seus dedos, seus olhos negros se voltaram para a imensidão azul, o vento batendo em seu rosto e movendo seus fios negros.

- Você tem o cheiro de um dia radiante de Sol - comentou o Deus se afastando levemente - um dia de calor que abraça nosso corpo e aquece nossa alma.

Um suspiro escorreu pelos lábios do Deus ao ver o sorriso do rapaz aumentar, seu peito se aquecendo por aquele amor e sensação de pertencimento, não havia mais como voltar atrás e desamar aquele rapaz, e naquele momento o Deus não pensava mais em deixar de o amar, não quando sentia-se tão pleno e completo ali só de vê-lo e tê-lo perto de si.

Haviam deixado há poucos dias o Egito. Por insistência do loiro, Ace o levou para conhecer o mundo, para ver os lugares pelos quais o moreno já havia passado, mostrá-lo as belezas que existiam, as coisas que sempre achou tão incríveis e únicas feitas pelas suas criações.

Deus SolOnde histórias criam vida. Descubra agora