Deus Sol

capítulo 7 - injustiça

Ace abriu os olhos assustado vendo o enorme e belo Sol reluzindo sobre si, a dor em seu peito havia passado, mas uma sensação de angústia e desespero tomava conta de seu ser, como se algo estivesse errado, como se tivesse uma parte faltante dentro de si.

Seus olhos confusos começaram a olhar ao redor encontrando 3 pares de olhos que o observavam com preocupação, além de um quarto par de olhos que o observava um pouco mais ao longe com uma indiferença escancarada, mas com uma preocupação contida em seus olhos.

O Deus Sol fez um leve barulho com a boca ao soltar o ar de seus pulmões, chamando a atenção dos outros Deuses para si. Todos querendo saber o que acontecera com o Deus Sol.

- O senhor está bem? - questionou Shirahoshi ajeitando o pano que cobria o corpo do moreno que havia estranhamente ficado mais gelado do que o habitual após o desmaio e por isso não viram outra opção que não fosse cobrí-lo.

- Eu estou... Um pouco estranho - respondeu o moreno, a voz fraca e um pouco falha.

- Como assim estranho? - perguntou Sanji passando seus braços pelo moreno o ajudando a se levantar.

- Como se eu tivesse perdido uma parte de mim, bem aqui - explicou o moreno levando sua mão até o seu peito deixando sua palma sobre o local em que estava seu coração.

- O que será que te acertou? Não ficou nenhuma marca, nem nada, a gente olhou depois - comentou Luffy se prostando para ajudar o Deus de sardas e o acompanhou até que estivesse sentado confortavelmente em seu trono.

- Eu não sei, foi uma sensação tão estranha, como se uma faca tivesse perfurado meu peito e acertado meu coração...

- Temos um inimigo invisível agora? - Zoro se aproximou com a mão em sua katana olhando ao redor procurando algum indício do invasor.

- Eu acho que não é o caso, marimo, Ace não sofreu nenhum dano físico, então não houve um ataque direto a ele, e não existem criaturas capazes de ficar invisíveis, se houvesse saberiamos - comentou Sanji com seu olhar preocupado e receoso voltado para o Deus de sardas.

- O que pode ter sido, então? - questionou Luffy olhando atento para o irmão.

- Eu não faço ideia... Isso é muito estranho.

- Quanto tempo eu... Fiquei desacordado?

- Um dia inteiro e algumas horas - respondeu o Deus loiro olhando para a posição do Sol.

- Merda, eu tenho que ir, Marco deve estar preocupado - afirmou o Deus de sardas se levantando em um pulo - obrigado por cuidarem de mim, eu nem sei como agradecê-los.

- Não foi nada, senhor Ace, agora vai encontrar seu amor - Shirahoshi deu um sorriso gentil para o de sardas que retribuiu e partiu para Atenas.

[...]

O coração de Ace parou ao olhar para dentro da casa encontrando o corpo de Marco deitado e as mulheres da família do loiro ao seu redor cantando cânticos funebres. O moreno abriu e fechou os lábios diversas vezes, seu peito se retorcendo em descrença, seus olhos não conseguiam acreditar no que ele mesmo via.

O rosto pálido e sem vida, os olhos fechados e as mãos repousadas sobre o peito. Ace estava atônito, sem reação, seu corpo não se movia vendo aquela cena, não poderia ser real, ele não queria que fosse real, desejou do fundo de seu coração que aquele momento fosse apenas uma alucinação, um pesadelo, uma piada de mal gosto. Sua mente repulsava aquela ideia, tentava expurgar com todas as forças de que Marco estava ali morto bem em frente aos seus olhos, distante o suficiente para que não pudesse tocá-lo, mas perto para que pudesse observar aqueles lábios que sentira há poucos dias contra os seus, tão imóveis e sem vida, sem a intensidade de antes.