Capítulo 27

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DEUS ACORDOU, E NÃO ESTÁ NADA FELIZ

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DEUS ACORDOU, E NÃO ESTÁ NADA FELIZ


Ágata

   Aperto bem os cadarços da bota, dou um nó duplo e por fim me dedico ao cabelo. O prendo no topo da cabeça, lutando para juntar as tranças em um coque volumoso. Estamos os sete em uma das Salas de Preparo, próxima a arena de treinos. A sala mais parece um vestiário, com chuveiros no fundo, onde Alana enche um cantil. Armários preenchem o espaço e apenas um lento ventilador de teto apazigua o calor.

As gêmeas trançam o cabelo uma da outra e se ajudam a pôr o uniforme, amarram os cadarços, colocam as armas no coldre; parecem uma unidade, uma única alma habitando dois corpos. Seus gestos são rápidos e precisos, o que as faz serem as primeiras a estarem prontas.

—  Qual o nome de vocês? —  questiona Alana, voltando dos fundos com o cantil preso na cintura, a água chacoalhando à medida que ela caminha.

—  Eu sou a Jéssica —  responde a de franjinha, em uma voz animada. —  E esta é minha irmã, Jenifer. —  Aponta para a outra, a de cabelo cacheado, que apenas assente, sem ao menos olhar. — Podemos controlar a gravidade! —  continua Jéssica, exibindo um sorriso largo.

—  Sério? —  Alana sorri. —  Eu sou Alana e  posso controlar a água. Minha amiga —  Se põe ao meu lado e passa o braço por meu ombro. —  pode criar matéria.

—  Uau! —  exclama Jéssica. —  Eu posso tornar as coisas pesadas, Jenifer as deixa leve.

Distancio-me de Alana e as meninas, que continuam conversando sobre suas habilidades e vou até Mateu e Luís, este colocando luvas e aquele brincando com o emblema da arara azul que Jorge dera antes de deixarmos a central.

—  Eu estava louco por isso aqui, mas agora parece tão… —  Mateus começa.

—  Insignificante? —  Luís tenta.

—  Isso!  Não importa se vou usar essa bobagem ou não, ainda não faço a menor ideia do que fazer lá, com Zeus —  confessa, apoiando uma perna no banco de metal.

—  Vamos acabar com ele! —  digo, um pouco mais alto que o necessário, porém com a intensidade que queria. —  Depois vamos comemorar, com… pizza.

Luís ri, põe as mãos na cintura e ergue um punho.

—  Gostei da ideia!

Caio sai do canto onde havia se escondido, desvia dos olhares acusatórios de Luís e se encosta nos armários, cruzando os braços. Alana é a próxima a vir, com as gêmeas logo atrás. Meio que sem nenhum combinado, formamos um círculo e encaramos Mateus, no aguardo de um discurso encorajador. Ele abandona o emblema, deixando-o largado no banco.

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