Capítulo 28

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APROVEITANDO O PASSEIO

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APROVEITANDO O PASSEIO

    Fecho os olhos para não ver o impacto, que por acaso nunca chega. É como se estivesse caindo para sempre, como a história que meu pai contou da Alice, caindo por horas em um buraco que parecia ser a toca de um coelho. A sensação angustiante da queda é substituída por outra, e não é a de meus ossos se quebrando ao atingir a superfície, é uma deliciosa, de estar flutuando, e me dando a certeza de que não morri. Abro os olhos e me vejo rodeado por uma luz violeta, que abraça meu corpo e me faz ficar a poucos centímetros do chão. Alana e Ágata estão do mesmo jeito.

Nos encaramos sem entender e olhamos para cima quando alguém grita:

— Vocês estão bem?— É Luís, debruçado sobre o corrimão da escada, nos encarando lá de cima. Ao lado dele está Jenifer, com ambas as mãos estendidas para frente, brilhando na mesma cor da luz que nos mantém parados no ar.

Ela faz um gesto gracioso, girando os pulsos, e nos pousa no chão, sãos e salvos. Ágata senta no chão, ofegante.

— Essa foi por pouco, beeeem pouco.

As irmãs encaram a escada destruída, impossibilitando a descida, em seguida se entreolham, se comunicando sem palavras. Elas dão as mãos, depois seguram Luís e Caio. Os quatro são envoltos por uma luz roxa, bem forte, e flutuam no ar, depois descem despreocupadamente até ficarem ao nosso lado.

— Acho que vou vomitar! — avisa Luís, se apoiando nos joelhos e jogando a cabeça para frente. Zeus ruge, com mais raiva ainda por nos ver vivos e dirige seus lasers até a sala lá em cima. O vidro se quebra e parte dele cai sobre nós como uma chuva fina no meio do B-R-O-BRÓ.

Nos afastamos e o vidro se amontoa no chão, pequenos pedaços chamuscados. Um laser tenta alcançar a passarela, mas erra e atinge a parede, produzindo um buraco no concreto. Nos movemos para o ataque, o chão ainda congelado sendo nosso maior empecilho. Explore o ambiente e use-o ao seu favor,  a voz de meu pai, em um tom acolhedor, diz em minha cabeça. Ágata joga uma lâmina no peitoral de Zeus, mas ela ricocheteia e volta com uma velocidade menor, se cravando no gelo.

Luís ergue as mãos e consegue ter o controle de uma braço do monstro, o faz dar um soco no próprio rosto, o que surte algum efeito e o faz perder o controle. É pesado demais.

— Tobias! — Alana grita para o plib, antes de desviar de um laser.

—  Quase lá, é uma senha com letras e números misturados, estou tentando lembrar se tinha no diário. Como estão as coisas aí? —  É possível escutar o som de teclas sendo apertadas e a voz de Jorge ao fundo dizendo repetidas vezes: vamos, vamos, vamos.

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