Epílogo - Truly Madly Deeply

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Epílogo: Truly Madly Deeply

Janeiro, 2044

C H R I S T O P H E R

C H R I S T O P H E R

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Meninos,

Como vos disse no início, isto não era uma história com um final feliz. Mas acho que vocês já se aperceberam disso. No fundo do vosso ser, sabiam-no pois cresceram sem uma figura paterna. Éramos só os três.

Espero que agora o Chris esqueça de uma vez a patética ideia de que é adotado quando ambos sabemos que ele é exatamente igual a mim. Mas o Ben... Meu Deus, Benny és tão parecido com o Louis, fisicamente e psicologicamente, que até chega a magoar o coração. Doí tanto olhar para o ti, filho, e ver os mesmos olhos azuis que me faziam perder a linha de raciocínio. O mesmo cabelo castanho, fino e suave, que eu tanto adorava pentear com os dedos.

Eu pedi-vos, antes de ir, que não guardassem nada deste apartamento. Queria que o vendessem ou alugassem e podiam fazer o que quisessem com o conteúdo. Mas agora é vosso por isso façam o que quiserem com ele.

Eu sou apenas mais um espírito neste mundo e já não me faz diferença.

Apenas peço-vos uma coisa: na gaveta da minha mesinha de cabeceira tem duas caixas lá dentro. Eu quero que o Ben fique com a de veludo preto e a outra fica para o Chris. E como devem saber qual é a gaveta, sabem também que está trancada. A chave está debaixo do colchão.

E há mais, o meu armário tem um fundo falso. Lá dentro, há uma sweater azul. Eu quero que a guardem, pertencia ao Pai e eu amava essa camisola porque é o mesmo tom de azul dos seus olhos. Nesse mesmo compartimento, há também uma mantinha verde clara e um elefante de peluche. O Louis ofereceu-vos no vosso primeiro Natal, respetivamente, e vocês eram inseparáveis com esses presentes. O Bentley nunca conseguia dormir sem a mantinha e o Chris levava o peluche para todo o lado.

E é apenas isto, meus amores. Quero que estimem o que o vosso pai vos deixou e espero que me perdoem por nunca vos ter dito nada sobre ele.

Mesmo ao escrever estas memórias e esta carta custa-me, é doloroso, mas eu prometi a mim mesma que devia fazer isto antes de ir —vocês merecem saber quem o Louis foi.

Se o quiserem saber mais qualquer coisinha sobre ele, olhem no verso desta carta. Tem a morada das irmãs dele, as vossas tias, e a morada do cemitério onde está enterrado. Peçam à prima Delilah pelas fotografias dele, foi ela que as guardou todas.

Mais uma vez, peço-vos desculpa.

Como amor,

Mãe.


Fechei o diário com esta última nota lá dentro e olhei para o meu irmão mais velho. Acabamos por ler o diário todo de uma vez. Quando lemos a primeira entrada, não quisemos parar. Foi como encontrar uma mina de ouro.

"Wow..." Murmurou Bentley.

"A quem o dizes." Respondo. Ainda havia muitas perguntas que queríamos fazer e de certeza que as nossas recém-encontradas tias nos irão ajudar. "O que é que fazemos primeiro?"

"Vamos acabar de arrumar o apartamento e depois decidimos." Ele disse e levantou-se da cama levantando o colchão de onde tirou uma chave. Arqueou as sobrancelhas e, sem dizer nada, abriu a gaveta da Mãe.

Nunca percebi realmente porque é que ela tinha a gaveta fechada e isso sempre causou bastante curiosidade em mim. O Ben ignorava e dizia que a Mãe tinha direito aos seus segredos.

"O que é que está aí dentro?" Perguntei olhando por cima do seu ombro.

"As caixas de veludo. Tal como ela dissera. Preta para mim e a vermelha para ti, não é?" Acenei com a cabeça e tirei-lhe, da mão, caixinha que adora me pertencia. Abri-a para encontrar um anel de noivado. "Toma, estava debaixo da tua caixa." Desviei a atenção da peça de joalharia e vi que o meu irmão me estendia um bilhete.

Foi o anel de noivado que o Pai me deu. Eu quero que o ofereças alguém especial. Alguém que te faça tão feliz quanto o teu pai me fez a mim.

As palavras da Mãe eram sempre cheias de amor, sempre cheia de carinho e preocupação. Ela confiou em mim algo que o Pai lhe deu, algo que mostrava o seu amor por ela. E pode ter a certeza que não a vou decepcionar e vou garantir que a próxima pessoa que tenha este anel no dedo me fará tão feliz quando os meus pais o foram.

"É o anel de noivado da Mãe." Murmurei e Ben senta-se novamente a meu lado na cama dela estendendo-me a caixinha dele. Duas finas alianças de casamento estavam lá dentro com uma data gravadas do interior. "O que é que diz o bilhete?" Perguntei, cheio de curiosidade, e só depois vi que ele estava a chorar.

Nunca tinha visto o meu irmão a chorar, ele sempre fez-se de forte à minha frente e vê-lo assim tão vulnerável— É algo assustador e estranho. Peguei no bilhete dele.

11 de Março. Foi o dia em que vi o Pai pela primeira vez e, três anos depois, foi nesse mesmo dia que ele me pediu em casamento. E foi nesse dia que decidimos casar.

Passei o braço por cima dos ombros largos do meu irmão e deixei-o chorar encostado a mim. Ele e a Norah ainda não tinham escolhido a data do casamento. Com a doença da Mãe e depois o funeral, eles decidiram esperar um pouco mas sempre que falavam do casamento acabavam por discutir.

Eu acho que a pressão estava a fazer-se sentir e eles não encontravam solo comum. Se fosse pelo meu irmão, teriam ido ao cartório e assinavam os papéis mas ele conhece a Jess e quer dar-lhe o casamento de sonho que ela sempre quis.

Com a residência do Ben e com a Norah ainda acabar a faculdade, tudo tornou-se demasiado para eles. Às vezes, perguntava-lhe se ele não se precipitou com o pedido mas ele disse-me, "quando sabes que é a tal, não a podemos deixar fugir".

"Tu não vais fazer essa desfeita à Mãe, pois não?" Tento quebrar um pouco da tensão e ele ri-se levemente afastando-se de mim e limpando os olhos.

"Não." Fungou pegando na caixinha das alianças. "Tanto eu e a Norah vamos ter de limpar o nosso calendário. Casamo-nos daqui a dois meses."

"Achas que vais dar-lhe a mesma felicidade que o Pai deu à Mãe?" Pergunto baixinho olhando para o anel de noivado.

"Não sei mas já me dou por feliz se conseguir dar-lhe metade." Ele responde, a sua voz está embargada por causa das lágrimas.

"Eu espero conseguir o mesmo."

"Hey, o Pai fê-la feliz à sua maneira. Nós vamos fazer o mesmo à nossa." Ele diz e eu apenas aceno com a cabeça. "Louis Tomlinson fê-la feliz, Chris. O resto é história."

O resto é história, as palavras ecoaram pela minha mente.

Bentley tinha razão, nós não precisamos de saber disto tudo. Só queríamos uma fotografia do Pai e saber se eles foram felizes mas a Mãe deu-nos mais, muito mais. Deu-nos uma história para contar aos nossos filhos sobre o que é realmente ser amado e amar. Uma história sobre saudades, frustrações e o mais importante, sobre felicidade extrema. Uma história sobre aquele amor que só aparece uma vez na vida e que rompe fronteiras.

Obrigada, Mãe.

-:-:-

le end.

Obrigada a todos por terem acompanhado a história da Mackenzie e do Louis. Obrigada pelas leituras e pelos votos e pelos comentários.

xx Kai

Editado a: 25/12/2018

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