Capítulo 17

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13 de Junho de 2017

Louis nunca foi um homem romântico por isso as nossas cartas nunca eram muito lamechas, era o oposto disso —eram divertidas e, às vezes, deixava transpassar alguma tensão sexual

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Louis nunca foi um homem romântico por isso as nossas cartas nunca eram muito lamechas, era o oposto disso —eram divertidas e, às vezes, deixava transpassar alguma tensão sexual.

Mas há outras vezes, outras palavras, que conseguia destruir-me —às vezes elas marcam-nos e não nos conseguimos esquecer.

Numa carta com meia dúzia de parágrafos, Louis destruiu-me novamente. Arrancou-me o coração e atirou-o ao mar e eu apenas fiquei ali, a vê-lo afogar-se e sem puder fazer nada para evitar.

Como é que ele me faz uma coisa destas? Ele prometeu, ele deu-me o anel. Dois, aliás. Olhei para o meu anel de compromisso, cheio de promessas de amor eterno. As suas palavras ecoavam na minha cabeça. "Uma promessa para te amar sempre."

Nem tive coragem de fitar o meu anel de noivado na outra mão —ainda me partiria mais por dentro.

Ele disse que lamentava. Foi a primeira coisa escrita na folha, "eu lamento imenso, Kenzie," e depois veio um grande discurso —o maior que alguma vez ele escreveu. Ele diz que tem saudades minhas e tudo o que fez era porque me ama mas que seria o melhor acabar, a distância estava a tornar-se "insuportável", palavras dele.

Eu fiquei dois anos sem ter notícias dele! Isso é insuportável! Penso para mim.

Foi por isso que ele que me ligou? Para me preparar para o que vinha no correio hoje de manhã? Há já um mês que não tenho notícias dele e quando tenho, ele destrói-me desta forma.

Segurei a carta nas minhas mãos e engasguei-me com as lágrimas. Os meus olhos não paravam de ler e o meu cérebro continuava a ecoar as palavras. De cada vez que elas voltavam a entrar-me na mente, a minha respiração tornava-se mais pesada e as lágrimas caíam ainda mais livremente pela face.

Não sei como mas acabei no chão, encostada ao sofá, enquanto chorava. A minha cabeça estava a doer de tanto chorar e a minha garganta também por causa dos soluços. Foi assim que Delilah me encontrou —parece que todos têm a chave deste apartamento.

Eu estava num autêntico caos enquanto depositava a raiva, que se acumulava aos poucos em mim, na carta. Rasguei-a com tudo o que tinha —talvez o Louis fosse capaz de sentir cada rasgão do papel no corpo.

"Woah! O que é que aconteceu?" Perguntou, ajoelhando-se à minha beira. A minha prima abraçou-me, acariciando-me a cabelo como a minha mãe fazia quando era pequena. Eu queria falar mas isso envolvia pensar no assunto e era a última coisa que queria neste momento. "E que tal eu te fazer um chá?" Ela perguntou afastando-se um pouco. "E depois se quiseres, falas comigo."

Acenei com a cabeça e deixei-a conduzir-me para a mesa da cozinha. Depois de chorar e aliviar um pouco da minha raiva, entrei um estado de dormência. Olhava para o vazio, não focava nada em concreto. O que é que se passa? O que é que aconteceu para ele ter mudado de ideias desta forma?

Truly Madly Deeply ● Louis Tomlinson AUOnde histórias criam vida. Descubra agora