Capítulo 17

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Chego no local 30 minutos mais cedo. Entro no bar encontrando o local quase vazio. O horário de movimento só começa mais tarde. Daqui algumas horas esse lugar vai estar cheio de bêbados prontos para entrarem em uma briga.

O bar tem uma decoração voltada para os anos 70/80. Luzes vermelhas iluminam o lugar. Ao fundo soa The Cain da banda Fleetwood Mac. Uma das minhas favoritas.

Sento no balcão esperando ser atendida para começar minha noite com um bom Whisky.

— A dama das sombras finalmente resolveu aparecer. – Billy diz se aproximando – o de sempre? – pergunta. Apenas concordo mexendo com a cabeça.

Billy é o barman e sócio desse lugar. Ganhei esse apelido ridículo por causa das minhas roupas, segundo ele. Eu poderia matá-lo, mas seria um desperdício já que ele me deve alguns favores.

— Por que desapareceu daqui? Já faz um tempo que nem participa dos rachas.

— Tive alguns problemas.

— Vi os noticiários sobre seu pai. Como ele está? – diz enquanto me serve um pouco de whisky.

— Bem.

— Já sabe quem fez? – pergunta.

— Já estou pronta para retaliação. E pode ter certeza que vai ser bem pior.

— Até sentir falta dessa sua energia negativa e seu dom de espantar meus clientes. – diz sorrindo.

— Não tenho culpa dos seus clientes serem uns covardes.

— Não são covardes, apenas temem a morte e você é a própria morte andando pelas ruas de Silicia a fim de roubar uma alma. Adoraria saber como é a cama da morte. – pisca em minha direção me fazendo revirar os olhos.

— Ela poderia cortar o seu pescoço durante a madrugada. – ele faz uma careta.

— Pode ter certeza que partiria feliz para o outro mundo. – um sorriso torto preenche seus lábios.

— Você é um idiota pervertido.

— Não. Apenas um louco apaixonado pela dama misteriosa. – balanço a cabeça em negação.

— Então que morra engasgado com essa paixão.

— Nossa, sua delicadeza me fascina. – diz colocando a mão no peito.

— Você consegue ser pior que Nicolas.

Continuamos a conversa sobre o que vem ocorrendo nos últimos dias por aqui. Como vai os rachas, si a polícia tem aparecido muito para atrapalhar, as brigas do bar e etc. Me dou bem com Billy, ele é uma boa pessoa. Não diria que somos amigos mas temos uma boa relação.

Uma pequena movimentação na entrada do bar chama minha atenção. Olho em direção vendo Jhon barrar Ian e eles entrarem em uma discussão. Santoro é corajoso de enfrentar Jhon. O homem é uma verdadeira montanha de músculo. Com certeza não precisaria de mais de um soco para derrubá-lo.

— Qual é Jhon?! Deixa ele passar, está comigo. – Jhon me encara desconfiado e um pouco surpreso.

— Já teve companhias melhores Kisa. – diz dando passagem para Ian.

— Então foi por esse coroa aprendiz de play boy que me trocou? Não tô percebendo o lucro não. – finge indignação.

Percebo de relance Ian se aproximando. Ele está vestindo uma calça e uma camisa social preta que encaixa perfeitamente no seu corpo. Seus cabelos grisalhos estão perfeitamente alinhados. Posso sentir seu cheiro amadeirado ligeiramente adocicado preencher todo local.

KISA - O perigo tem nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora