— Fiquem atentos eles podem chegar a qualquer momento. – digo no rádio para os outros cinco homens que estão espalhados pelo terreno me acompanhando.
Depois de saber a localização exata do encontro reuni alguns contatos que trabalham para mim de vez em quando. Era arriscado vim sozinha, pois não faço a mínima ideia de quantas pessoas vai ter aqui.
Um barulho de carro invade o local. Avisto um carro preto, ele para permanecendo com os faróis acesos, porém ninguém saí dele.
Cerca de dois minutos depois outro carro aparece no local. Dessa vez um prata. A porta do primeiro carro se abre revelando Bóris, trajado em um terno. Está diferente desse a última vez que o vi, talvez seja os anos acrescentados. A porta do outro carro se abre dando a visão de Igor Córez, chefe da Stidda. Estava querendo pegá-lo desde o roubo do carregamento. Mesmo recuperando a carga, rendeu uma dor de cabeça para Don Alejandro, e claro para mim também, já que acabei levando dois tiros. Apesar de querer bater um papo com Igor, vou entregá-lo nas mãos de Don Alejandro.
Não foi difícil descobrir quem Bóris ia encontrar, só precisei ligar os pontos. Todas as gangues daqui fazem negócios com a máfia, exceto a Stidda. Além disso, a bala que me atingiu tinha um veneno raro, só poderiam ter conseguido com alguém poderoso, que não é a Cosa Nostra. Também não atacariam a máfia sem terem algum suporte. Me pergunto quem está por trás disso tudo.
Os dois homens apertam as mãos e trocam algumas palavras. Bóris e Igor estão acompanhados de três homens cada.
— Número um, dois e três pegue o da direita, meio e esquerda ao lado do carro preto ao meu sinal.
— Entendido. – confirma no rádio.
— Número 4 e 5 pegue o da direita e esquerda perto do carro prata quando eu der o sinal.
— Entendido. – os dois também confirmam.
Após um sinal de Bóris, um de seus homens trás uma caixa, abrindo-a. Vejo Igor sorrindo. O que será que tem naquela caixa?
Em um instante parece que as coisas começaram a esquentar e saiu dos eixos, os dois homens discutem. Igor pega sua arma, apontando para cabeça de Bóris e seus homens o segue. Esse é o momento certo, não vou deixar esse homem morrer por nada antes de poder dar uma amostra grátis do inferno para ele.
— Agora! – digo no rádio.
Em questão de segundos todos estão no chão. Bóris se assusta e vai em direção ao carro. Atiro em sua perna.
— Peguem o Igor. Eu vou pegar o Bóris. – levanto do lugar onde estou, andando em direção ao local.
Não demora muito até chegar e ficar de cara cara com esse filho da mãe.
— Quanto tempo, Tio Bóris. – sorrio vendo sua cara assustada. E acerto uma coronhada na sua cabeça.
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Consegui pegar dois ratos em uma só armadilha. Igor está preso em outro local, vou entregá-lo para Don Alejandro depois. Agora estou na sala de tortura com Bóris ainda desacordado.
Caminho a passos lentos em direção ao homem amarrado na cadeira. Abaixo apoiando minhas mãos em seus joelhos. Cravo um dedo, aonde a bala atingiu mais cedo. É o suficiente para ele abrir os olhos.
— A bela adormecida acordou. – dou um sorriso – o tempo não foi tão bom com você. – analiso seu rosto.
— Não posso dizer o mesmo de você. – sorri – de uma pirralha rebelde virar membro da Cosa Nostra, tenho que admitir, um grande feito. – analisa meu corpo – está ainda mais gostosa, Enrico teve sorte de te provar, uma pena ele ser egoísta o bastante para não te dividir. – acerto um soco na sua cara.
— É melhor ter cuidado com o que fala. – levanto – tenho algumas perguntas pra você.
— Não vou dizer nada pra você, sua vadiazinha. Você acha que está por cima? Você vai cair junto com seu precioso Don Alejandro.
— Não se preocupe, vou fazer você falar. – ando em direção a mesa, pegando um alicate – e antes de cair, pode ter certeza que vou derrubar seu querido irmão.
Volto para perto dele, posiciono o objeto e arranco uma de suas unhas. Bóris grita de dor, mal sabe que isso é música para meus ouvidos.
— O que Enrico quer aqui?
— Sua desgraçada! Vá para o inferno! – grita.
Pego um palito que estava no meu bolso, coloco debaixo da sua unha, batendo com o alicate posteriormente. O palito vai entrando em sua carne. Bóris tenta conter o grito, mas não consegue, sempre foi um fraco.
— Tenho muitos brinquedos para usar em você. Pode escolher entre falar ou se agoniar de dor. – ele permanece em silêncio.
Ando até a mesa novamente. Pego uma lâmina e soda cáustica. Vejo seus olhos se arregalarem quando ver as coisas que peguei.
— Não se preocupe. Não vou fazer um corte profundo para te matar. – digo enquanto finco a faca em sua perna. Arrasto a lâmina em minha direção lentamente. Seus gritos ecoam sobre toda a sala.
Coloco a faca no chão, pegando o pote de soda. Abro devagar.
— Pronto pra saber o que vai acontecer agora? – ele olha assustado.
— Eu – pausa – fa...lo.
— Poxa tão rápido? Queria me divertir um pouco mais. – respiro fundo – vamos lá, desembucha ou vou colocar aquela soda pra corroer até seus ossos.
— En...rico – começa – ele sa..be do seu envol...vimen...to com a má..fia – reviro os olhos.
— Não me diga coisas óbvias. O que ele quer aqui na Silicia?
— Poder. – olho confusa – ele se aliou a Yakuza para derrubar a máfia Italiana em troca de poder e.....por você.
— Eu? O que ele quer comigo?
— Você se acha tão esperta mas não vê o óbvio. – sorri debochado – ele sabe no que você se tornou. As pessoas temem Kisa Martinelli. Ter você no time dele seria um trunfo, evitaria ataques desnecessário, conseguiria mais aliados. – solto uma gargalhada.
— O que faz ele pensar que vou ceder? Quando vê-lo de novo vou mandá-lo pro inferno.
— Você o subestima demais. – sorri – ele sabe que você um dia voltaria para se vingar. Mas não contava que se aliaria a Don Alejandro. – suspira – mas ele tem uma carta na manga contra você.
— Que carta? – pergunta.
— Sabe qual o seu problema? – arqueio a sobrancelha – apesar de esconder nessa postura inabalável, você tem sentimentos. Você ama pessoas a ponto de sacrificar sua vida por eles. Esse é seu ponto fraco. Alejandro, Nicolas e Yara é seu ponto fraco. – acerto mais um soco nele.
— Não toque no nome da minha mãe! Diga logo qual carta Enrico tem na manga?
— Ainda não percebeu? – sorri – sua mãe está viva, aos "cuidados" de Enrico.
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KISA - O perigo tem nome
Narrativa generaleKisa teve sua inocência roubada por quem deveria protegê-la, ocasionando feridas que nunca vão poder ser curadas. O tempo passou, as únicas coisas que sobraram foram o ódio e o desejo de vingança. E é isso que a mantém de pé para cumprir seu objeti...