Capítulo 30

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Já estava tudo preparado. O chip foi injetado em mim e agora estou a caminho do endereço que aquele crápula enviou.

Não demoro muito chegar ao local. Um pouco menos de trinta minutos. É um terreno abandonado. Saio do carro e sou atingida por um forte cheiro, provavelmente do lixo jogado ao redor.

Sinto alguém se aproximar mas não me viro para ver quem é. Continuo sem mover um músculo até sentir um pano ser colocado no meu nariz e aos poucos vou perdendo a consciência.

Antes de desmaiar completamente ouço a voz de Enrico ao longe:

— Procurem algum rastreador e verifiquem se há alguém nos seguindo. – caio novamente na escuridão profunda.

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Abro os olhos assustada após ser atingida por um balde de água gelada.

— Hora de acordar Bela adormecida, já dormiu demais por hoje. – debocha Enrico – garanto que não vou deixar você dormir pelos próximos dias.

Um sorriso assustador toma forma em meus lábios. Toda raiva está estampada nos meus olhos. Encaro o homem que trouxe tanto sofrimento para mim.

— Vou arrancar cada dedo da sua mão que usou para segurar a arma para matá-la. Nem o diabo será capaz de fazer o que irei fazer com você Enrico.

Ele abaixa diante da cadeira onde estou amarrada.

— Irei matá-la antes disso. – fala olhando nos meus olhos – tragam ele. – diz para um dos seus homens.

Depois de alguns minutos dois homens entram segurando Santoro. Analiso seu corpo em busca de ferimentos mas há somente um pequeno corte na boca, nada grave. Ele é amarrado em uma cadeira também em frente a minha.

Posso ver o medo estampado em seus olhos. Claro, ele é só um médico que vivia uma vida normal até uma sanguinária com um passado sombrio e rodeada de inimigos aparecer na vida dele e levá-lo para o fundo do poço.

Achei que sempre tomava as decisões corretas mas estava errada. Dar espaço para Santoro entrar na minha vida foi um erro.

— Você está bem? – pergunto quando Enrico se afasta para falar com um de seus homens.

— Sim. – abaixa a cabeça – Maria...eu tentei salvá-la, mas não pude. – uma pontada atinge meu peito ao nome dela ser mencionado.

— Não é culpa sua. A única culpada disso tudo sou eu. – ele levanta o olhar.

— O que está acontecendo Kisa? Eu não entendo.

— Vejo que não contou tudo da sua vida para seu namoradinho. Pode deixar, como pai contarei tudo para meu genro. – bate no ombro de Santoro que olha confuso para mim quando a palavra pai é mencionada – Não me culpe acaso ele não te queira depois de saber a verdade. Quer saber? no final disso você nem estará viva, então não importa.

— Não atreva a abrir essa sua boca imunda. – rosno as palavras como um cão raivoso.

— Você me tirou muitas coisas Ane. Matou meu irmão, meu braço direito. Causou um prejuízo de milhões que consequentemente me deu problemas com a Yakuza e tirou meu trunfo chamado Yara. Nada mais justo que eu fazer o mesmo não é? Já que tortura convencional não funciona com você, vou tentar de outra forma. É forte fisicamente mas quebrada psicologicamente, por dentro continua a mesma menininha que implorava para mim parar naquelas noites. Lembra?

— BASTARDO!, vou acabar com você. – grito. Não consigo manter o controle ao tocar no meu passado, muito menos depois de tudo que já passei hoje. Estou esgotada emocionalmente. Só quero acabar com isso logo e fazer Enrico pagar por tudo.

KISA - O perigo tem nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora