Muro

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Natalie Smith narrando...

Washington, d.c. 2025

Pela minha alegria essa foi a primeira madrugada, logo depois que o apocalipse começou, em que eu não tive pesadelo. Amanheceu e Samantha foi a última a ir dormir porém, aparentemente, a primeira a acordar.

— Natalie, acorda! – exclama Samantha me cutucando.

— Samantha, o que aconteceu? – pergunto enquanto me desperto.

— A Ashley...

— O que tem ela? Fala logo, virou zumbi? – pergunto preocupada.

— Não, mas ela sumiu. – diz enquanto olha para baixo triste.

— Calma, vai ficar tudo bem. – afirmo.

— Como vai ficar tudo bem? Eu deveria ter virado essa noite!

— Não, o dia de ontem tinha sido estressante! – exclamo. — Você deveria ter feito o que fez, ela também não é uma criança não deve ter ido tão longe.

— Não é uma criança mas eu a trato como uma irmã. Vamos atrás dela! – exclama enquanto me olha enfurecida.

— Vamos tomar café da manhã primeiro, não sei você mas eu estou morrendo de fome! – exclamo enquanto eu pego atum enlatado nos armários.

— Eu perdi a fome. – afirma Samantha.

— Não perdeu, não. Vem comer! – exclamo enquanto minhas sobrancelhas levantam.

— Eu não entendo o porquê disso estar acontecendo comigo, eu não posso perder mais uma pessoa que eu amo. – afirma enquanto levanta do sofá.

— E não vai, vai dar tudo certo. – concluo.

Ouvimos barulho vindo perto da porta.

— Se abaixe! – exclama Samantha sussurrando.

— Deixa comigo! – sussurro enquanto pego uma arma que eu deixei embaixo do meu travesseiro no sofá.

— Por que você deixou essa arma aí? – pergunta sussurrando.

— Perguntas para depois... – sussurro.

Eu e Samantha fomos de fininho até a janela agachadas. Vinha um barulho como se alguém estivesse martelando um ferro. E estava.

— Não precisa da arma é a Ashley! – exclama Samantha.

— Mas o que ela está fazendo? – pergunto enquanto faço uma cara de preocupação.

— Vamos lá fora saber. – afirma Samantha.

Saímos de perto da janela e abrimos a porta que fica do lado dela.

— Cuidado com a armadilha. – afirmo.

— Que arma... – pausa dramática enquanto sem querer encosta no barbante que estava no chão.

— Samantha não se mexa!

Enquanto o barbante estava a ponto de ativar a armadilha, um machado estava pronto para matar quem ou o que caía ali. Por sorte ou azar, caso fosse uma invasão verdadeira, a armadilha não funcionou.

— Que droga! – exclamo.

— O que era para acontecer? – pergunta Ashley abrindo a porta.

— Ash! Você está bem? – pergunta Samantha.

— Estou sim, faz horas que eu acordei.  – afirma Ashley que por sinal estava toda suja de graxa.

— Por que acordou tão cedo? – pergunto curiosa.

Não olhe para trás (REVISADO E EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora