Natalie Smith narrando...
Em algum lugar perto de Washington, d.c. 2026
Mais um ano se passou, só que dessa vez, nenhuma comemoração foi feita e não foram vistos fogos de artifício. A maioria das pessoas que comemorariam a virada do ano se transformaram ou estão prestes a se transformar em um zumbi.
Não tínhamos o que comemorar.
Passaram-se duas semanas desde que o meu pai faleceu. Ele, em particular, amava as festas de fim de ano, sempre reunia a família. Nesse ano seria diferente, nem ele nem o resto da família estavam vivos.
A comida já estava a ponto de acabar e eu já estava decidida. Sairíamos daquele local de qualquer jeito.
Para algumas pessoas isso seria loucura, afinal, tínhamos um local para dormir e tomar banho, coisa que jamais faríamos em outro lugar.
O sol nem havia aparecido quando eu acordei e já fui arrumar a caçamba do caminhão.
Peguei algumas armas, munições e até umas granadas que estavam na sala de armas. Samantha, Ashley e minha mãe estavam dormindo lá, mas fiz de tudo para que elas não acordassem.
Samantha, por sua vez, acabou acordando. Ela tinha um sono leve e qualquer barulhinho a acordava, para ser sincera eu admirava muito isso nela pois quando eu estou dormindo, nem o fim do mundo me acordava.
Durante esse tempo, minha relação com Samantha já havia esfriado. Aquele fogo que tínhamos, deixou de acender. Talvez, a culpa tenha sido minha de não ter deixado ela provar o meu melhor lado. Ou talvez, seja melhor assim.
Não pensem que os meus sentimentos por ela acabaram, claro que eu ainda a amo. Sinto falta da conexão que tínhamos.
— Você já está acordada, Natalie? – pergunta Samantha sussurrando para não acordar as outras enquanto esfrega os olhos.
— Sim, Samantha. – afirmo enquanto continuo pegando as armas.
— Você quer ajuda? – pergunta Samantha.
— Não, eu consigo fazer isso sozinha. – afirmo.
— Vou te ajudar mesmo assim! – exclama Samantha.
Estiquei o meu braço até uma pistola e Samantha acabou segurando na minha mão. O meu coração acelerou e eu tinha quase a certeza que o dela também.
Nos olhamos e o meu mundo ficou em câmera lenta. Eu sentia falta dos carinhos dela.
— Me desculpa, eu não... Eu não queria... – disse Samantha enquanto gaguejava nervosa e tirava a mão de cima da minha.
— Não se preocupa com isso. – afirmo.
Naquela hora eu sabia que os sentimentos que ela tinha por mim não foram embora. Não completamente.
— Levaremos até o caminhão essas armas, tudo bem? – digo olhando nos fundos dos olhos de Samantha.
— Não se preocupa com isso... – disse Samantha enquanto se aproximava mais de mim.
— O que você está fazendo? – perguntei cortando o clima.
— Estou te testando. – afirmou Samantha.
— Que tipo de teste? – pergunto.
— Você quer pagar para ver? – retruca Samantha enquanto chegava bem mais perto de mim.
— Até de graça eu quero ver! – exclamo.
Deixei a arma que estava na minha mão cair, mas naquela hora eu nem me importava. Samantha provou e eu, consequentemente, que nosso amor ainda estava vivo só não tínhamos tanto tempo para demonstrá-lo.
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Não olhe para trás (REVISADO E EM ANDAMENTO)
Mistero / ThrillerEm um mundo pós-apocalíptico, Natalie Smith, no auge dos seus 19 anos, logo após o início da sua faculdade de medicina, enfreta junto com sua família e um grupo de adolescentes: zumbis apavorantes, uma jornada perigosa, amores proibidos e mortes imp...