Rádio

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Natalie Smith narrando...

Washington, d.c. 2025

Em um mundo normal, levaríamos um dia tranquilamente, assistiríamos televisão, faríamos um churrasco aos finais de semanas e encontraríamos nossos amigos nos parques.

No mundo em que vivo, mal conseguimos acordar sem preocupações, até conseguimos brincar com o nosso animal de estimação mas tudo sem passar de um metro quadrado e sem fazer barulho, sem contar o medo e a preocupação de manter todos a salvo. Até para ligar a fogueira temos que tomar todos os cuidados possíveis e pela noite, jamais!

Hoje acordei prontamente, por mais que a noite com a Sam não tenha sido calma, estava decidida em arrumar o rádio. Precisamos mudar a nossa situação, não há possibilidades de conseguirmos seguir em frente em um local onde já está acabando os alimentos e as nossas relações não andam tão boas assim.

— Amor, você já está acordada? – pergunta Samantha enquanto desce as escadas e vai em minha direção.

— Já sim. – afirmo.

— Mesmo com essa noite agitada? – pergunta enquanto ri.

— Tenho que admitir que sim porém deveríamos repetir em outras noites a mesma atitude. – afirmo enquanto puxo ela pela cintura e dou um beijo nela.

— Claro que iremos, seu desejo é uma ordem. – afirma enquanto retribui o beijo.

— Bom, agora irei tentar consertar isso aqui! – exclamo enquanto mostro o rádio.

— Nossa nem lembrava mais dele... – diz Ashley enquanto desce as escadas.

— Bom dia, Ash. – afirmo enquanto seguro a cintura da Samantha.

— Olha só, bom dia pombinhos! – exclama enquanto sorri.

— Eu vou deixar vocês aqui enquanto eu vou colocando umas coisas na mochila. – afirma Samantha.

— Pra quê? Poderia me dizer? – pergunto curiosa.

— Você vai descobrir. – afirma Samantha enquanto sobe as escadas.

Continuei arrumando o rádio e pelo incrível que pareça, consegui consertá-lo.

— Olha só que belezinha! – exclamo enquanto procuro um sinal.

— Mas para quê você está arrumando ele justo agora? – pergunta Ashley.

— Simples, não falei com meus pais ainda porém já começou a temporada de chuva e normalmente ficamos ilhados aqui... – digo enquanto olho para o rádio. — No entanto, eu quero saber onde estão as outras pessoas vivas e que podem nos ajudar a sobreviver.

— Um lugar que dê para viver tranquilamente, entendi. – afirma Ashley. — Confesso que eu estou sem esperanças mas quem sabe...

— O problema é meu pai concordar. – afirmo.

Minha mãe acordou e desceu as escadas junto com meu pai.

— Bom dia! – exclamo.

— É... Bom dia. – afirma meu pai sem olhar para mim.

— Trate ela direito, Harold. Ela é sua filha, sua única filha e faz de tudo pra te ver bem. – afirma minha mãe enquanto cutuca o ombro do meu pai.

— Se ela realmente quisesse que eu estivesse bem não estaria com aquela tal de Sabrina. – afirma meu pai.

— Samantha! Você nem sabe o nome dela! – exclamo furiosa.

— Que seja! – exclama meu pai com tom de deboche.

— Eu estou cansada disso, você não para de me entristecer, Harold. – afirma minha mãe.

Não olhe para trás (REVISADO E EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora