O Bad Boy, O Cupido e Eu.

Capítulo 31

– Vamos acampar aqui?

Olhei para o chão e me encolhi, imaginando a quantidade ilimitada de insetos que ocupavam o lugar que íamos dormir à noite. Do lado bom, estávamos em um campo aberto, era quase noite e o céu havia se metamorfoseado em um bilhão de tons de azul, misturando-se com as cores luminosas do pôr-do-sol. Valentino riu de mim.

– Você esperava um hotel cinco estrelas, pequena Chloe?

Corei.

– Não. – Murmurei.

Olhando em volta, vi Dennis, Jake e Jayden terminarem de armar suas tendas. Eu juntei minhas sobrancelhas; havia apenas três tendas. Então, se os gêmeos compartilhavam uma barraca. E Valentino e Dennis compartilhavam uma também. Isso significava. 

– Onde vou dormir? – Eu soltei, meu coração acelerando. Não tem como eu dormir na mesma tenda que...
– Lado de fora. – Reece comentou, segurando alguns blocos de madeira para a fogueira. Ele passou por mim, piscando, antes de se ajoelhar e começar a acender a lenha.

Eu me agachei ao lado dele e fiz beicinho.

– Você dorme do lado de fora.
– Mas eu posso pegar um resfriado. – Ele afirmou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Eu ri, balançando minha cabeça.

– Você é inacreditável.

Naquele momento, Valentino se espremeu entre nós.

– Bem, bem, bem, parece que nossa fogueira está acesa. Você sabe o que isso significa, certo Chloe?

Eu olhei para ele, perplexa.

– Marshmallows torrados?
– Histórias assustadoras. – Ele sorriu, esfregando as mãos maliciosamente. 
– Lá vamos nós... – Reece murmurou, revirando os olhos.

Valentino olhou para Reece.

– O que foi?
– Nada, por favor, nos distraia com uma de suas famosas histórias de terror, Val. Mal posso esperar para me sentir como uma colegial assustada. – Ele comentou em seu tom mais sarcástico. – E, por favor, não se esqueça de segurar minha mão no processo, apenas no caso de eu fugir por estar tão apavorado.

Valentino, claramente não afetado pelas zombarias de seu melhor amigo, segura a mão de Reece com força da maneira mais feminina.

– Claro, Reece, eu vou te proteger, bebê. – Isso só me fez dobrar de rir.
– Reúnam as crianças, essa história vai ser inesquecível. – Valentino disse, acomodando-se.

Dennis sentou-se do meu outro lado, e os gêmeos logo o seguiram. Valentino pigarreou. Reece apenas parecia entediado. 

– Era uma vez uma menina que adorava bonecas. – Valentino começou, seus olhos brilhando enquanto todos ouviam. – Ela tinha uma grande coleção em seu quarto. Um dia, quando ela estava dando uma olhada em uma loja sozinha, ela viu uma boneca realmente linda.
– Por que uma garotinha iria sozinha a uma loja, onde estão os pais dela? – Reece perguntou cinicamente. 

Valentino parecia irritado.

– Ela deve ser a porra da Dora Aventureira, não sei porra, cale a boca e ouça a história.

Reece levantou as mãos em derrota.

– Ok, ok, relaxa.
– De qualquer forma, como eu estava dizendo – continuou Valentino. – Ela viu uma boneca linda, com todas aquelas lantejoulas e merdas que as crianças gostam. Ela perguntou à velha atrás do balcão quanto era, mas a mulher disse a ela que a boneca não estava à venda. A menina disse para a mulher o quanto ela queria a boneca, mas a mulher apenas disse que a boneca não estava à venda, porque estava amaldiçoada! – Ele sibilou.