50 Reasons to Live▪️Frerard

fortieth-third day ☹

Frank andava com Mikey pelo longo corredor do hospital, segurando seu copo quente de chá e conversando com o garoto.

- Eu soube dias depois que era você quem mandava as notas... - Mikey murmurou, tomando um longo gole de seu café quente. - Eu fiquei irritado, mas então eu lembrei os sorrisos que Gerard soltava quando lia os papéis.

- Ele sorria? - Os olhos de Frank brilhavam com a frase de Mikey.

- Sim, e por alguns instantes eu pensei que Gerard estava indo em direção ao amor de sua vida... - Mikey sorriu, um de seus clássicos sorrisos discretos e silenciosos. - Era incrível o sorriso dele lendo as notas e, quando eu descobri a verdade, eu fui ligando os pontos. Você vivia escrevendo notinhas nos corredores e cantina e eu fui burro o suficiente para não perceber!

Frank soltou uma risada baixa, encostando no batente da porta do quarto de Gerard e olhando Mikey.

- Obrigado por ter feito meu irmão sorrir durante os últimos dias antes do acidente, você fez o que eu não pude fazer. - Mikey soltou um suspiro pesado.

- Você não tem que me agradecer, se tudo ocorrer bem, eu irei fazê-lo sorrir todos os dias! - Frank soltou um largo sorriso ao que prometeu aquilo. Era de fato uma promessa, ele iria fazer Gerard sorrir todos os dias, não importa o quão merda tenha sido seu dia, arrancar um sorriso de Gerard irá acabar com todo o cansaço e estresse do dia.

Frank teve seus pensamentos interrompidos por um abraço de urso que ganhara de Mikey. As mãos do Iero foram parar no torso do mais alto, meio atrapalhado por conta do copo de chá.

O abraço do garoto tímido e quieto estava sendo surpreendentemente reconfortante e quente, algo que Frank precisava há muito tempo para aliviar a toda a dor que acumulou durante o passar dos dias.

Aquele abraço estava sendo o suficiente para fazê-lo sentir o embrulho no estômago, aquele embrulho que sentimos quando algo de bom irá acontecer, aquele embrulho que diz "ei, vai ficar tudo bem". Aquele que só é causado por um abraço de verdade nos momentos difíceis.

Lentamente, Frank se afastou. As bochechas estavam vermelhas e o sorriso brincava em seus lábios. Com um olhar, Mikey se despediu, sorrindo um pouco envergonhado.

- Aliás, Gerard estava caminhando em direção à alma gêmea dele! - Mikey se virou de volta e confessou, rindo. Frank franziu o cenho completamente confuso.

- E qual a diferença? - Frank perguntou para Mikey. - Entre o amor da sua vida e a alma gêmea?

- Um você pode escolher, o outro não. - Com isso, Mikey virou o corredor, deixando Frank perdido em pensamentos.

Frank soube o que Mikey queria dizer. Frank nascera para Gerard, assim como Gerard nascera para Frank. Nada pode mudar isso. A ciência, a Igreja, o preconceito, um acidente, nem mesmo a morte. Nem que eles tivessem que se encontrar novamente em outro plano espiritual.

O Iero não pôde esquecer o abraço apertado de Mikey e como aquilo havia sido bom, ele apenas queria ficar mais um pouco naqueles braços surpreendentemente fortes e o ouvir dizer que Gerard iria sobreviver. Que tudo ficaria bem, mesmo não ficando...

- Abraços apertados, abraços calorosos, abraços longos. - Frank falou depois de ter entrado no quarto e se aproximado da cama de Gerard. - Abraços que lhe dão o embrulho em seu estômago, e faz você perceber que não está sozinho neste mundo, e não precisa andar por ele sozinho.

Frank não está sozinho. Ele tem Gerard, não é mesmo?

Me abrace Frank, eu quero sentir o calor do seu corpo e o embrulho no estômago que você falou. Apenas me diga que tudo isso vai passar.