Ps: Magma infernal.

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Carta 2:6: " Ps: Magma Infernal."

Somente alguns dias haviam andado lentamente em direção ao passado. Contudo o castelo prosseguia silencioso da mesma forma que era desde que Jimin fez menção de ir embora, desde a "mudança" e ida do mais novo príncipe ao outro reino.

Vazio. Parecia sem vida novamente, sem alegria. Parecia ter sido engolido de volta para a época em que o falecimento de Jieun era recente.

Todavia, Jeon Jungkook estava diferente.

Parecia ter decorrido cerca de anos para ele. Hyorin não viu o seu filho de sangue sair dos aposentos, também não era convidada e bem recebida lá. Era bem claro, que não era bem vinda no quarto de seu próprio filho, do seu pequeno gaminha. Jungkook havia se esquivado de todos, menos de Taehyung, que se tornou o melhor amigo das madrugadas carregadas de insônia e pesadelos sombrios.

O príncipe regente não frequentava mais a biblioteca, não dava mais importância aos estudos diversos sobre o reino a qual amava e que um dia governaria. Não aparecia na sala do trono para ajudar seu pai à resolver problemas cotidianos habituais. E quando Tae, seu irmão, não lhe presentiava com sua presença, Jeon sempre saia furtivamente para beber até esquecer de tudo. Apesar do efeito ardente da vodka, rum ou uísque, não ser devidamente suficiente para esquecer de Park Jimin e da saudade imensa que se alastrava no peito.

Era assim que os dias de Jungkook se resumiam.

Passar o dia deitado encarando o teto. Sentado no chão lendo e relendo o livro que Jimin costumava ler, sorrindo sofrido quando via as anotações do seu ômega por ali. Jimin lia muito sobre história, sobre artes contemporâneas, sobre todo tipo de conhecimento sobre o passado. Jeon percebia pelas rasuras que ele deixava à cada leitura, que ele adorava. Depois voltava a deitar na cama, fechando os olhos com fervor, enquanto tentava inúmeras vezes se comunicar com o Park, falhando em todas elas. Passava um curto tempo conversando com Hoseok e Yoongi, que falavam consigo pelo outro lado da porta. Eles não ousavam entrar, respeitavam seu espaço. Somente Taehyung lhe agraciava com sua presença e lhe tirava algumas gargalhadas com histórias malucas. Somente Taehyung lhe forçava á comer, e por incrível que seja, ele sempre conseguia. Algumas madrugadas eles passavam calados, enquanto o recém Kim, acariciava o cabelo do mais velho, respeitando seu espaço, lhe dando o direito de chorar em silêncio.

— Porra! Merda! Cacete!— Taehyung resmungava alto massageando algum ponto de seu pé que Jeon não conseguia ver. Jungkook riu amargo, audível.— Caralho! Que dor dos infernos...— Continuava a reclamar, enquanto seu rosto carregava um carranca dolorida. Jungkook sorriu, era interessante como parecia terem regredido a época em que eram inseparáveis.

— O que foi, Taeh?— Jeon perguntou envolto de curiosidade, por ver seu irmão resmungando e gemendo dolorido. Nada muito agradável pros seus ouvidos.

Mesmo tendo descobrido que aquele ser, que cresceu ao seu lado, não era seu irmão de sangue. Jungkook sabia que o seu amor fraternal, expandia laços. Não importava por quem ele fora gerado, sempre seria seu irmão mais novo. 

— Eu bati o osso do pé na porra da cadeira.— Falou curto e grosso. Jungkook riu.— Não pode rir da desgraça alheia, hyung... Isso dói demais.— Taehyung ainda massageava o local.

— Eu entendo.

— Porém, não é uma dorzinha que vai me matar, certo? Certo.— Taehyung respondeu sua própria pergunta.— 'Tá vendo? Nem está doendo mais. 'Tá molezinha. Eu sou Kim Taehyung, porra!— O Kim começou a andar pelo quarto para mostrar que estava bem. Jungkook riu quando percebeu que o mesmo mancava levemente.

— Podemos ficar pelo quarto mesmo... Sei que ainda está doendo, Tae...— Jungkook desconversou. Pela primeira vez, depois que Jimin havia ido, Taehyung lhe convenceu a comer o café da manhã com sua família.

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