Ps: Montanha russa.

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Carta 2:1: "Ps: Montanha russa."

A vida,que já se prevê de antemão, atua como uma montanha russa gigantesca e alta. Ao longo do percurso previsível, há subidas eletrizantes e descidas desesperadoras. E ao mesmo tempo que causa euforia,causa medo e pavor.

E era assim que Jimin se sentia.  Ele sentia-se preso em uma montanha russa eterna, que não parava de descer, subir e planar em uma velocidade mediana.

As imagens que deslocavam-se através da janela do carro em movimento, mais pareciam cenas de terror do que cenas de beleza. Pois lembravam a Jimin que este estava cada vez mais distante de sua casa, de seu lar. O cenário da parte nobre da cidade de Seoul,a grande Seoul Side South,era belíssima. Tal lado de Seoul era habitado somente por nobres e membros das castas um e dois. Os casarões,os jardins,os parques e todas as espécies de construções pareciam novas, mesmo tendo sido construídas a muito tempo atrás. O lado sul de Seoul era bem cuidado e preservado, mesmo depois de tantos ataques, a cidade permanecia impecável. É claro, que tal lado já havia sido atacado e destruído, mas se recuperaram mais rápido que o restante da população.

Mesmo tendo afastado-se a pouco tempo do príncipe gama, para Jimin, era como se tivesse passado semanas a mercê da ausência de sua presença. O ômega lúpus sentia seu coração se apertar, implorando em silêncio para voltar ao castelo e permanecer ao lado de Jeon. Portanto, era necessário. A Coréia do Sul já era sua nação, agora também havia virado sua responsabilidade.

Jimin não sabia o que lhe esperava, e com certeza não deviam ser coisas boas. Jungkook frisara muito bem pra si, o quanto aquele reino era desprezível. Restava ao Park, somente acostumar-se com a saudade sufocante, que o fazia sentir-se em beira de um precipício ou caindo de um.

O agora loiro sentia seus olhos lacrimejarem, enquanto ainda lutava para observar fielmente as paisagens que lhe eram transmitidas pela janela do grande carro de luxo. Jimin apertava as mãos lutando contra o nervosismo e a vontade incessante de chorar. Jimin não sentia Jungkook. Não sabia se isso era efeito do supressor, mas aquilo o desesperava. Era como se Jeon tivesse partido e deixado um vazio enorme. Era como se sequer ele existisse. Mas mesmo fraquezando, Park Jimin continuava seguindo o destino, que parecia pronto para lhe fazer sofrer.

"Você está sentindo o filhote? Eu ainda sinto..." - O lobo ômega murmurou,parecia incerto.

Jimin,em uma ação imediata, levou suas mãos até a barriga. A gravidez era recente, mas já mechia com seu lado emocional. O pequeno volume que de uma hora para a outra tinha começado a aparecer, havia sumido. Não tinha evidências de gravidez. Jimin engoliu em seco o choro, enquanto acariciava a barriga sem volume algum,antes de responder em sua própria mente:

"Eu não o sinto..."- Mesmo que tivesse passado somente uma semana, desde que foi marcado e descobriu a gravidez, aquela frase foi a que mais machucou seu ser. Nem as vezes em que seu pai lhe batia e o prendia no quarto ou as vezes que o progenitor lhe xingava e proibia-o de fazer amigos, machucaram tanto quanto falar para si mesmo e para o seu lobo que não sentia a vida dentro de si emanar energia, como fazia semana passada.

"Vamos aguentar!"- Era óbvio que o lobo ômega não tinha a menor certeza do que falava. Sua intenção somente era acalmar Jimin, mas ao perceber seu fracasso, bufou frustrado.

Aos poucos minutos da rota do carro até o aeroporto, era possível ver as vilas dos cidadãos honestos e humildes. O carro agora vagava pelas ruas de Seoul Side North. Alguns cidadãos paravam para observar tal automóvel, visto que um Kia Sedona não era exatamente um carro barato e muito usado nas ruas.

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