Sunadokei

Capítulo IV

AVISOS DE GATILHO
Esse capítulo terá cenas de violência, vai ter menção a estupro e menção a preconceito.
Caso não se sinta confortável em ler pule.

Boa leitura <3

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Quando Noah acordou percebeu que tinha dormido somente três horas, ficou um pouco feliz por isso porque normalmente só dormia duas horas por noite, isso se conseguisse dormir. Não gostava de dormir de noite porque era a hora que suas lembranças do passado vinham e detestava se lembrar delas, então sempre dormia de dia porque sabia que mesmo que elas viessem teria seus amigos e sua namorada para lhe ajudar.

Não gastou muito tempo ficando na cama, precisava levantar para resolver o problema do Purgatório o mais rápido possível, precisava correr para se sentir viva, se passasse mais um dia sem sentir o cheiro dos pneus queimando no asfalto ou ouvir os barulhos dos motores rugindo começaria a pensar em coisas desagradáveis e não queria preocupar Amy com isso.

Depois de se lavar e vestir uma roupa confortável, foi para a cozinha e percebeu que ninguém havia acordado ainda além de si mesma, então se pôs a fazer o café da manhã de todos. Quando terminou, colocou a mesa e pegou uma maçã e seu maço de cigarro que estava na gaveta do armário e foi para o quintal, onde poderia fumar sem ninguém atrapalhar.

Depois de acabar com seu quinto cigarro e já ter comido sua maçã viu que dentro da caixa de cigarro havia um baseado solitário, não demorou em o acender e o levar aos lábios, assim que deu a primeira tragada sentiu o efeito de imediato e se sentiu mais leve, fazia um tempo que não se sentia assim.

Tinha começado a fumar porque havia prometido a Amy que não voltaria a procurar outros meios mais dolorosos para se "aliviar" e com isso em mente levou sua mão esquerda na direção do seu olho esquerdo, não demorando a sentir a cicatriz que residia ali, automaticamente se lembrou do dia que a havia ganho, tinha 12 anos da época, estava em uma missão de nível 8, não sabia porque seu pai a havia mandado para uma missão de um nível tão avançado, afinal ainda era uma criança em treinamento, ela poderia ter feito algo errado que faria a missão falhar e seria retalhada por seus colegas de time por isso, mas surpreendentemente não tinha sido ela a fazer merda e sim um dos soldados veteranos. O grupo que deveria ficar o tempo todo junto tinha se separado, ninguém sabia onde o outro estava e isso foi como uma isca para os inimigos.

A primeira pessoa que o inimigo achou foi um soldado que era dois anos mais velho que Noah, ele não teve sorte, tinha sido morto por seis tiros, mas Noah sabia que a causa da morte não foram os tiros, mas sim o corte horrível que ele tinha na garganta. A segunda pessoa a ser achada foi um dos veteranos mais velhos, ele tinha sido retalhado com tiros diretamente no rosto, quase não reconheceram o corpo se não fosse pelo cartão de identificação que estava no bolso de sua calça. A terceira pessoa foi um garoto que tinha a sua idade, tinham arrancados seus olhos e sua língua, ele havia morrido engasgado com o próprio sangue. A quarta pessoa a ser encontrada foi a líder do grupo, uma garota bonita, não muito mais velha que Noah, ela devia ter em média seus 15 anos e encontrar o corpo dela provavelmente foi uma das piores coisas que Noah havia visto, tinham arrancado a cabeça do corpo de forma mais horrenda possível, era como se a tivessem arrancado a força, o restante do corpo estava horrível, estava nu o que indicava que teriam abusado dela antes ou depois da morte, Noah apostava que depois, sabia que a garota lutaria com todas as suas forças antes de deixar alguém encostar nela sem sua permissão, não queria se aproximar do corpo mas sabia que devia e não tinha sido sua melhor decisão, as pernas e os braços estavam quebrados de formas que Noah nunca poderia imaginar que fosse possível, não olhou muito porque estava sentido o bile subir por sua garganta, olhou envolta e não tinha achado a cabeça, então seguiu em frente, sabia que deveria sair dali e fugir, mas não devia abandonar essa missão ela era importante demais para se abandonar só por causa de algumas mortes.