CAPÍTULO QUATRO

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Lorenzo Ferrara D’Angelo

     — Ela não quis, não é? — A voz divertida de Uziel chega baixa e abafada em meus ouvidos, lembrando-me que ainda estava na chamada com ele.

Eu não esperava ver Pennelope hoje, na verdade acho que metade das pessoas que estavam aqui ficaram surpresas ao ver a mulher descendo pelas escadas com um vestido preto agarrado em suas curvas e aquela fenda indo até o quadril revelando a pele sedosa e dourada a cada passo que dava.

Fiquei surpreso quando percebi que conhecia a mulher que chamou atenção de praticamente todos os homens no salão. Pennelope estava bem diferente do que eu me lembrava na época do colégio, o corpo estava mais como o de uma mulher e não como a menina magricela que vivia suspirando pelos corredores lendo livros e mais livros com aquelas baboseiras de reinos encantados, romance água com açúcar ou sei lá que merda era aquela que passava horas lendo nos intervalos ou nas aulas de educação física.

Olho para a porta que ela passou deixando o rastro do seu cheiro frutado.

Não só o corpo dela havia evoluído, como a atitude também não era mais de uma garota.

Sorrio voltando o celular para a orelha.

     — Vou pessoalmente buscar Zenny. — Rosno antes de desligar e seguir o caminho para o salão onde o barulho de vozes masculinas estavam sobressaindo o som da música clássica tocando ao fundo.

Qualquer um que tivesse feito menos que isso com um dos meus homens de confiança, ainda mais um realizando uma missão importante, eu teria retaliado, teria mostrado que não deveria invocar a minha ira atrapalhando os meus negócios. — Aproximo do bar no fundo do salão. — Eu realmente a chamei dentro daquela biblioteca para ensinar uma ou duas coisas que acontecia com quem se metesse em meu caminho, mas fui pego de surpresa, pela segunda vez, quando Pennelope sequer piscou, ela já tinha segurado meu olhar antes o que me intrigou e me excitou, mas eu não esperava que fosse me enfrentar a sós.

Poucas mulheres me encaravam daquela forma, mas lá estava ela, com aqueles olhos escuros fixos nos meus, a sobrancelha levemente arqueada em desafio.

Encontro-a com o olhar do outro lado da sala, conversando com Flynn, Keller e Brandon.

Os três pareciam querer chamar sua atenção, uma competição antiga que faziam entre si para ver quem levava a garota para a cama primeiro, mas não com Pennelope, ela parecia não estar sequer escutando.

Seus olhos negros ainda estavam sob os meus enquanto balançava a cabeça ocasionalmente para responder ou fingir que estava prestando atenção no que estava sendo falado. Sustentei seu olhar percebendo o desafio implícito neles e não só isso, ela parecia estar se divertindo.

Não com os três homens falando como gralhas em seu ouvido.

Sorri para ela erguendo o copo de Uísque em um brinde silencioso.

Você queria a minha atenção princesa? Agora você a tem!

     — Lorenzo. — Matteo chama a minha atenção sentando-se ao meu lado no banco mais alto do bar. — Descobriu alguma coisa?

Bebo um gole do líquido em meu copo antes de encarar o homem com feições duras marcadas em seu rosto.

Depois da morte de Giulia Giordano, tivemos uma reunião para saber o que estava acontecendo e como iriamos proceder diante de uma demonstração de poder tão clara dos nossos mais velhos inimigos. Os donos da Dispy já vinha há anos tentando nos tirar do mercado, seja de drogas, boates, petróleo ou qualquer coisa que nós fazíamos. Aquela família já tinha ameaçado cada um de nós, diretamente ou indiretamente, mas naquele dia foi a primeira vez que realmente conseguiram atingir um dos nossos.

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