CAPÍTULO QUATORZE

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Pennelope Wendy Barnett Giordano 


Os olhos sombrios e enervados de Lorenzo se fixam aos meus como se quisesse deixar claro que ele estava puto por tê-lo obrigado a ficar aqui durante sua recuperação, por tê-lo obrigado a tirar uma soneca todos os dias, mas se quer saber, a sua raiva até me diverte.

Sorri enquanto ele continuava sério.

     — Não vai sentar? — Seus olhos apenas permaneceram nos meus. — Você sabe que está parecendo uma criança birrenta.

     — Pare de jogos Giordano, fala logo o que você quer. — Rosna antes de erguer a mão e passar em seu cabelo em um gesto de frustração.

Fingi não ver a leve careta que desenhou em seu rosto quando levantou o braço e alcancei a pasta preta contendo uma informação importante que Uziel e Violetta conseguiram descobrir na operação que os obriguei a fazer há alguns dias.

Jogo em cima da mesa e observo o rosto de Lorenzo se fechar ainda mais.

     — Que merda é essa?

Apontei para a cadeira.

     — Senta!

Eu tinha dado a ele a oportunidade de sentar na maldita cadeira sem ser por uma ordem minha, sabia muito bem o quão orgulhoso homens em sua posição poderiam ser, mas agora eu realmente estava me divertindo com o resultado, principalmente com o franzir da sua sobrancelha ao perceber que deveria mesmo se sentar, não porque eu queria, mas ele ainda estava inundado de medicamentos e seus pontos apesar de estarem se cicatrizando bem, ainda não estava bom o suficiente.

     — Você vai me falar que porra tem nessa pasta e porque o nome da minha mãe está escrito nela?

Aceno ainda apontando para a cadeira em minha frente.

     — Deixa de ser idiota, senta logo nessa merda. — Me irrito puxando a pasta para mim e a abrindo na página que interessa.

Pela primeira vez, sou eu quem desvio os olhos dos dele e não voltei a encará-lo, apenas ouvi seus passos pelo piso em seguida o barulho da cadeira se arrastando e sua roupa roçando no couro da cadeira.

     — Como pode ver a pasta é bem grande, mas isso tudo foi para mascarar a informação mais importante que estavam passando de mão em mão. — Coloco-a em cima da mesa com as páginas abertas e a arrasto até ficar em sua frente.

Encosto minhas costas na cadeira e o observo ler a pequena frase destacada com um marcador no meio de tantas que não fazia sentido nenhum.

     — Giorgia D’Angelo é a próxima. — Ele sussurra ainda com a atenção agarrada no papel.

Eu sabia perfeitamente o que significava aquilo e ele também.

Quando minha mãe foi homenageada assim como fazem com todos os membros das famílias dos fundadores da BM TIGER, eu estava bem revoltada com a vida, não queria saber de nada e muito menos acreditar no que aquela homenagem significava, então precisava ocupar a minha cabeça enquanto todos estavam de luto por minha mãe.

Respiro fundo ao me lembrar do momento que decidi ir atrás de informações por conta própria, meu pai não concordava com a minha decisão e muito menos tinha gostado do meu plano de fazer tudo sozinha, mas na época nada mais importava além do que meu sangue pedia a todo instante: vingança.

Comecei minha investigação pelo segurança corrompido, não foi muito difícil chegar à essa conclusão já que era a ideia mais lógica a se fazer, mas também havia uma possibilidade de não achar nada já que era um lugar óbvio demais para se achar pistas e a meu ver, a pessoa que orquestrou o assassinato da pessoa mais importante da minha vida, é muito esperta e astuta para descobrir qual segurança estaria mais disposto a trair minha família, sendo assim não deixaria nenhuma pista para trás, mas quem diria que ali seria o lugar certo para se procurar? Vasculhei o quarto inteiro e quando achei a pasta negra com o nome da minha mãe gravado na capa achei que aquilo seria uma pegadinha.

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