CAPÍTULO DEZ

137 27 19
                                    

Pennelope Wendy Barnett Giordano




Observei os três homens em minha frente e um sorriso torto assumiu o contorno dos meus lábios. O motorista estava exausto enquanto tentava manter a cabeça erguida para me encarar desafiadoramente, como se disse que mesmo depois de todas as unhas e dentes arrancados, os segundos desacordado depois de afogar no balde de água ao seu lado e alguns pedaços de pele cozidos pelo choque em potência alta, ele não entregaria as informações que eu queria.

Isso me enervava, mas também sentia um tipo de respeito por ele ter aguentado tanto e mesmo sofrendo, gritando e tremendo de dor, sua lealdade era grande o suficiente para manter a língua na boca.

     — Última chance para você falar! — Rosno.

     — Você ... — Sussurrou fraco enquanto apoiava o peso do corpo nas mãos que as correntes mantinham suspensas. — é patética!

Reviro os olhos sacando a arma do cós da minha calça e sem pensar ou tremer, destravo e atiro mirando sua cabeça, vendo um filete grosso de sangue sair do buraco aberto e seguir o caminho por seu rosto pálido e suado, caindo no chão abaixo do seu corpo, agora, desfalecido.

     — Próximo.

Respirei fundo cansada e continuei observando os movimentos de Uriel e Farit em sincronia para tirar o corpo do ex motorista e colocá-lo em cima de uma das macas vazias no fundo da sala enquanto os dois garotos que deveriam ter no máximo vinte e cinco anos foram colocados na mesma disposição. 
Presos em correntes pelo teto.

     — Você assistiram o anterior, vou precisar insistir em perguntas ou vão começar a desembuchar? — Segurei o bastão de choque e encarei os olhos dos dois.

Um arregalado e o outro com o mesmo semblante de determinação do motorista.

Ora, ora, aparentemente temos um que não está tão familiarizado com torturas.

Fico na frente dele assistindo o pânico fazer com que seus olhos se arregalem ainda mais, a boca se abrir para conseguir entrar mais ar e um filete de suor descer por sua testa.

     — Qu3m enviou vocês? — Pergunto olhando os olhos azuis aterrorizados.

Silêncio.

     — Como é seu nome? — Mantenho minha atenção nele.

     — Fillip.

Encosto nele a ponta do bastão e mesmo sempre pressionar o botão que faz liberar a descarga de energia o garoto em minha frente treme o corpo como se estivesse realmente sendo eletrocutado, foi apenas por alguns segundos, mas o suficiente para saber qual vai ser meu alvo de perguntas.

     — Fillip. — Repito esperando que seus olhos fechados com tanta força se abram e me veja. — Quem colocou seus amigos aqui dentro?

Deslizo o bastão por seu peito sem camisa, escolhendo aonde daria o choque caso ele não abrisse a porra da boca.

     — Cala a boca! — O do lado disse chamando minha atenção para ele.

Ouvi o suspiro audível do Fillip ao me ver afastar e parar de frente para o outro, que provavelmente não saberia o nome, assim como não soube o do motorista.

(LEIA O ÚLTIMO AVISO)Onde histórias criam vida. Descubra agora