CAPÍTULO DOZE

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Pennelope Wendy Barnett Giordano 



     — O que você tem feito com o D’Angelo? — Violetta entra em minha sala sem se anunciar e se joga na cadeira em frente à minha mesa. — Ele estava tão puto quando acordou que foi como se estivesse recebendo algo no corpo, tremia feito um pinscher.

Eu ri.

     — Não fiz nada. — Desvio os olhos da tela do computador em minha frente e relaxo o corpo em cima da minha cadeira confortável. — Nada... além de ter colocado ele para dormir um pouco.

Eu não posso deixá-lo sair daqui, independente do que ele queira ou ordene, D’Angelo só vai sair dessa merda de lugar quando conseguir ficar em pé sem gemer de dor e se para isso ele precisar ser drogado a cada vez que acorde, então que assim seja.

Esfrego o rosto cansada.

     — Descobriu alguma coisa?

Respiro fundo.

Desde que coloquei Lorenzo para dar uma volta na terra encantada dos sonhos ontem, eu estou na frente desse computador procurando por alguma informação nas filmagens que minha amiga me enviou e a cada vez que passava por elas, sentia as perguntas rondarem com ainda mais força em minha mente.

Como eles invadiram sem serem pegos?

     — Nada. As câmeras só mostram eles se aproximando do corredor em que eu estava...

     — Você e D’Angelo estavam. — Minha amiga me corta com um toque de sarcasmo e uma sobrancelha erguida. — Não se esqueça que vocês estavam no maior amasso.

Apesar das lembranças seguidas do beijo não serem tão boas, meu corpo inflama ao lembrar dos seus lábios macios me beijando tão duramente, do seu corpo prensando o meu contra aquela parede fria e o calor do meu ventre espalhando chamas por todo meu corpo.

Foi um beijo bom ... ou melhor, foi mais que bom. 
Suspiro.

     — Tanto faz. — Rebato voltando minha atenção para a imagem congelada do momento que os percebi nas costas de Lorenzo.

Era capaz de ver a surpresa e determinação em meu rosto franzido, não me lembro perfeitamente do que havia pensado na hora, acho que só queria tirar nós dois dali o quanto antes para evitar que caso tivesse mais invasores escondidos, não conseguissem nos atingir ou pior.

Então um tiro soou nas costas dele e depois um segundo, foi tão rápido que foi só nesse momento que conseguir responder com a mesma moeda.

     — Falando nisso hoje à noite, para voltar naquele lugar, vou precisar pegar mais uma vez alguma roupa sua emprestada.

Uziel e Violetta haviam se disfarçado de casal feliz há alguns dias atrás para descobrir alguma informação relevante sobre a pessoa que eu mais necessitava encontrar no momento, mas não tinham escutado nada a respeito, então pedi para que voltassem hoje para uma última tentativa.

     — Você fala a missão que você vai realizar seu sonho pela segunda vez de ser a namorada de Uziel?

Ela me fuzilou por alguns segundos como se estivesse se deleitando em arrancar minha cabeça por esse comentário e desviou o olhar ao bufar.

     — Você sabe que não é verdade, eu odeio ele.

     — Odeia, hein? — Sorrio para provocá-la e me levanto resolvendo dar uma volta para espairecer. — Pode pegar a roupa que quiser. — Ela acena andando ao meu lado. — Você tem alguma suspeita de quem deixou aqueles caras entrarem?

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