CAPÍTULO NOVE

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Pennelope Wendy Barnett Giordano 
 

Seguro a Glock com firmeza enquanto escuto o grunhido rouco e sofrido do homem caído no chão em minhas costas, não qualquer homem, mas Lorenzo D’Angelo. O chefe de uma das famílias mais poderosas do país, o cara que estava há poucos segundos prensando meu corpo contra a parede e prestes a me mostrar que sua pegada era ainda melhor do que a minha imaginação na adolescência.

Caramba, eu ainda conseguia sentir meus lábios inchados por causa do seu beijo dominante e bruto, um beijo que combinava perfeitamente com sua aura superior.

Ouço mais um gemido, mas não me dou o trabalho de olhar para ele, não ainda, eu precisava me certificar de que tinha derrubado todos os invasores antes de me concentrar em tirá-lo daqui.

O silêncio toma conta do corredor escurecido consideravelmente por causa da invasão de Lorenzo, até mesmo o barulho dos grunhidos dele haviam cessado o que me alertava sobre sua situação, já era a terceira vez enquanto eu trocava tiros com os dois invasores, que ele perdia a consciência.

Saio da proteção da caçamba de roupa suja que consegui me esconder e aproximo-me cuidadosamente do corredor cortando o que eu estou. Meu coração estava batendo rápido, enquanto minhas mãos estavam firmes no gatinho a cada passo que eu dava. De longe vi os dois corpos caídos no chão, eu precisava checar porque a vida me ensinou a sempre conferir se os caídos estavam mortos ou apenas fingindo, esperando para agir no momento certo.

Esgueirando-me contra a parede fria, eu chego até a virada do outro corredor e entro nele rapidamente, apontando a arma em todos os cantos para caso tenha mais alguém.

Suspiro pesadamente quando não vejo nem ouço nada.

Aproximo-me dos dois corpos jogados no chão, com a poça de sangue jorrados pela cabeça e checo o pulso na lateral do pescoço.

Nada.

Dou mais uma verificada rapidamente ao meu redor e coloco a Glock apoiada no cós da minha calça jeans enquanto corro na direção de Lorenzo, rezando para ele estar diferente dos outros dois presuntos ali.

Vamos lá, docinho, não me decepcione!

Ajoelho rapidamente perto do seu corpo que mesmo ferido não perde a sua imponência e checo sua pulsação.

Graças a Deus!

Respiro com força, sentindo um alívio gigantesco deixar meu corpo mais relaxado, mas que rapidamente foi inflamando de raiva.

Onde meu pessoal se meteu? Por que não vieram nessa porra de andar me ajudar?

Olho na direção das câmeras que filmam o corredor inteiro e vejo o sinal vermelho piscando, indicando que elas estavam em perfeito funcionamento.

     — Você ... atirou ... em mim.

A voz sussurrada chama minha atenção e aqueles dois olhos intensos se abrem com certa dificuldade e me encaram com ódio.

Ah é, como esquecer dessa frase se ele vinha repetindo toda vez que recobrava a consciência?

     — Eu não atirei em você! — Falo inclinando mais para a parede em que estávamos para pegar a minha blusa no chão e pressioná-la no ferimento onde a bala havia atravessado seu ombro. — Você que pulou na frente do tiro para me salvar.

Sorrio voltando pressionando a ferida com minha camisa.

     — Ok, talvez você não tenha pulado na frente da bala, mas eu era o alvo, então você realmente me salvou.

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