CAPÍTULO ONZE

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Lorenzo Ferrara D’Angelo

Tinha um bip ritmado do meu lado esquerdo que estava me incomodando para caralho, então abri os olhos para mandar quem quer que esteja me incomodando tão cedo ir a merda e me deixar descansar mais um pouco. Bem, foi o que tentei fazer, mas assim que mexi as pálpebras e consegui enxergar alguma coisa meus olhos arderam tanto com a claridade que precisei fechá-los com força de novo.

Mas que porra.

Faço mais uma tentativa e apesar de continuar com a sensação de estar queimando minha retina, eu me obrigo a permanecer de olhos abertos até a ardência pela claridade diminuir e me deixar enxergar direito para tentar assimilar onde eu estava e o que estava acontecendo já que meu cérebro estava em uma penumbra confusa e uma breve olhada para o teto e para as paredes percebi que esse não era o meu quarto, a não ser que eu tenha entrado em coma e a minha mãe resolveu pintá-lo de branco e trocar minha cama por essa coisa dura fazendo minhas costas doerem.

Viro um pouco o rosto para ver da onde vinha o barulho infernal que estava fazendo minha cabeça latejar e encontro um monitor daqueles que eu só via em hospital.

Oh merda, eu estava mesmo em coma?

De repente uma sequência de imagens são lançadas em minha mente.

O beijo em Pennelope.

O tiro.

Ela com a arma nas mãos.

Foi ela quem atirou em mim?

A pergunta girou em minha mente com a força de um furacão, mas as próximas sequências de lembranças me fez ficar ainda mais confuso.

A Giordano em cima de mim.

Suas mãos pressionando algo em meu ombro.

Os grunhidos dela ao me arrastar por um corredor muito grande.

Mais e mais grunhidos.

Por que ela mesma atiraria se estava tentando me tirar do lugar?

     — D’Angelo! — Viro o rosto para o lado vendo os olhos dela. — Graças a Deus acordou, pensei que precisaria de um beijo do seu amor verdadeiro e achar uma pessoa que te ame e que você retribua ... — Ela revirou os olhos. — não seria uma tarefa muito fácil.

Senti a minha boca rançosa e seca no instante que tentei falar.

     — Você. Explique-se! — Rosnei tentando me sentar, mas uma fisgada no peito me fez parar.

     — Explicar? — Riu indo até a porta e colocando a cabeça para fora. — Chame a doutora, a bela adormecida acordou.

Enquanto ela se inclinava na porta, também branca, meus olhos fizeram questão de analisar sua bunda redonda apertada naquelas calças de academia, sua blusa branca alguns números maior que o que ela provavelmente usava, estava quase a tampando, mas ainda sim, eu conseguia ver.

Senti o sangue circulando mais rápido e meu pau ganhando vida.

Aparentemente o meu pau estava mais vivo que eu nesse momento.

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