CHRISTOPHER
"Talvez, eu possa descobrir mais sobre quem eu sou de verdade com essa separação"
- Katherine MillerEleanor chegou da faculdade há alguns minutos, subiu direto para o quarto sem me dirigir uma palavra. Sinceramente, não esperava que fizesse depois da briga que tivemos mais cedo. Tem uma semana que praticamente jogamos na cara um do outro que não estávamos dando mais certo e que estaríamos adiando o inevitável, o necessário prefiro dizer. Uma semana que tivemos coragem o suficiente para enfrentar o que havíamos admitidos. Dormimos na mesma cama, e por incrível que pareça, nossos corpos sabiam que em breve não estaríamos tão próximos, então durante uma semana, mesmo que chegávamos a adormecer de lados opostos da cama, acabávamos acordando abraçados. Levantávamos sem trocar uma palavra, apenas o mínimo possível, descíamos pra cozinha para tomar café, depois saíamos de casa separados para nossa rotina diária e nos encontrávamos na faculdade. Foi assim até hoje de manhã. Diferente dos últimos sete dias, acordei com o choro da Eleanor vindo do banheiro, e levou cerca de cinco minutos até estarmos gritando um com outro. Às vezes nossa mente é tão manipuladora, porque esse tempo inteiro preferíamos brigar do que colocar um ponto final, e se fosse por mim, eu continuaria brigando com ela até o fim do mundo para não a perder.
Porém, Eleanor sempre foi melhor da nossa relação. Ela pode brigar, bater o pé pelo o que quer e acha certo, mas acima de tudo, nunca faz sem ter uma razão. Eu sou emocional, ela é racional, e sabe mais do que eu, que estamos nos machucando a cada segundo que varremos nosso término para debaixo do tapete. Sou covarde para admitir, mas ela não foi essa manhã ao dizer que precisávamos terminar e iria se mudar para Boston.
Porra, ela vai se mudar para Boston essa noite e me escondeu isso o tempo inteiro. Enquanto eu estava fazendo milhões de planos para tentar consertar o que nem sei como foi estragado, ela estava se organizando para me deixar.
Levanto do sofá após um longo suspiro, reunindo forças para subir atrás dela. Não posso impedi-la de ir embora, também não quero continuar com ela nessa situação. Precisamos de distância, pelo menos, por um bom tempo. Só gostaria que essa distância não fosse em outro continente.Quando chego no nosso quarto, sua mala está aberta no chão com algumas roupas e livros dentro. Ela está sentada na ponta da cama, segurando uma porta retrato que imagino qual seja apenas pela cor, dou uma visualizada na cabeceira da cama para ter certeza e não encontro a foto que tiramos no parque da Disney, nosso primeiro encontro.
— Precisa de ajuda? — Pergunto sem saber como começar algum assunto. Preciso passar o máximo de tempo com essa garota até ela me deixar.
Seu olhar se ergue para mim, abrindo um sorriso fraco.
— Na verdade, eu não sei bem como continuar fazendo as malas.
— Você nunca gostou muito dessa parte da viagem. — Adentro pelo cômodo, sentando-me ao seu lado na cama. Ela solto uma risadinha, voltando seu olhar para o retrato. — Você lembra desse dia?
— Como se fosse ontem. — Uma lágrima por sua bochecha e rapidamente é limpada. — Eu estava tão caidinha por você, tinha medo de dizer o quão estava me apaixonando e te assustar.
— Irônico que você tinha medo de me assustar, sendo que fez exatamente isso quando nos vimos pela primeira vez. — Provoco, sorrindo com a lembrança dela quase derrubando um copo de suco em cima de mim ao correr pelo campus no seu primeiro ano em Londres.
— Meu Deus, parece que isso aconteceu há uma vida.
— A melhor vida que eu já tive.
— Chris? — Ela me chama, largando o porta-retrato na cama.
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Romance[TRILOGIA CORRUPTOS, LIVRO 3] Bryan Campbell poderia facilmente ser sinônimo de problema. Todo seu charme, sorriso encantador, piadas e jeito levemente cafajeste de ser eram apenas uma barreira para disfarçar seu coração partido. Ninguém sabia das d...