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CAPÍTULO 17

BRYAN

"A raiva, muitas vezes, pode ser uma grande aliada
para tornar sua relação mais picante"
- Katherine Miller

Graças as mãos mágicas do ex médico Holton, Maxwell não iria ficar com cicatriz. Holt voltaria em uma semana para retirar os pontos, garantindo que ficaria tudo bem. Não consegui conter meus suspiros aliviados enquanto o ajudava a carrega-lo até seu quarto, pensando no quanto essa situação poderia ter sido diferente, muito pior. O tiro poderia ter pegado outra região do seu corpo. A bala poderia ter ficado alojada na sua perna. Ele poderia estar morto e eu me sentiria um filho da puta culpado, mesmo sabendo que era algo que não estava no meu poder. Eu avisei Eleanor. Pedi para que não viesse pois sabia desse risco eminente. Festas onde a Kairós e Agnus Dei competem não são para qualquer um. Todos os convidados que estavam lá sabiam que uma merda daquela poderia acontecer, já estavam acostumados. Agora esses dois, que mais pareciam estar na Disney do que no meio de drogados e traficante, deveriam estar pensando que eu estava blefando.

E se fosse ela no lugar dele?, mais um pensamento que está me assombrando. Deus, arrepios percorrem meu corpo apenas com essa possibilidade. Só de imaginar El deitada nos meus braços, perdendo sangue, ou sentido algum mísero fragmento de dor, sinto meu maxilar travar. Não sei o que faria. Na verdade, até sei: Iria caçar o responsável pelo tiro até o inferno e destruí-lo com minhas próprias mãos.

Descanso as costas contra o colchão macio da cama, respirando fundo. Estou apenas de cueca, sem camisa, pois apesar da ferida não ter sido tão grave, acabou sangrando bastante, sujando minhas calças. E, quando fui limpá-las com a mão, acabei sujando mais ainda, trazendo para a camiseta. Minha cabeça dói. Sinto vontade de reunir os dois na sala e gritar com eles como se fosse algum tipo de adulto responsável. Mas, sei que não é a decisão correta. Ainda tenho muito tempo para dar minha bronca.

— Ei... posso falar com você? — Me surpreendo ao ouvir a voz de Eleanor invadir o meu quarto.

Quando me sento, nem faço questão de esconder o fato de que meus olhos estão caminhando pelo seu corpo mais uma vez. Ela ainda está usando a porra de um vestidinho grudado, que realça todas as suas curvas. Que faz sua bunda gostosa se sobressair acima de tudo. No instante em que a vi de longe na festa, tentando se esconder de mim, sai em disparada na sua direção. Morgana me xingou, dizendo que eu estava sendo babaca, porém mal dei ouvidos para suas palavras. Queria foder Eleanor bem ali. Rasgar esse vestido, espalmar belos tapas na sua bunda por estar sendo tão implicante e a fazer gozar pelo menos três vezes. Uma com meus dedos, outra com minha língua, e mais uma com o meu pau. Essa garota me tira do sério na mesma proporção que me acalma. Essa montanha-russa de sentimentos, ao invés de me deixar zangado, me deixa ainda mais excitado pelo dia em que finalmente a tomarei em meus braços.

— Depende. É algo que vai me irritar? — Resmungo, levando as mãos até os cabelos. — Porque você já o fez muito essa noite.

— Não, vim te pedir desculpas. — Morde o lábio inferior, seus lindos olhos arrependidos. Minha raiva se dissipa aos poucos conforme ela se aproxima, sentando ao meu lado, não muito próxima. — Me desculpe por não ter te ouvido e quebrado nossa promessa. Não imaginei que tudo fosse dar literalmente errado nesta noite. A diversão que tive não compensou a preocupação ao ver que meu melhor amigo havia sido baleado.

— Eu não estava querendo te proteger à toa, El. — Suspiro, encarando-a firmemente. — Rivalidade entre fraternidades não é brincadeira, principalmente quando tem drogas no meio. Mesmo que elas não tenham sido o motivo da briga, em sua maioria, são. Não quero que você se misture com esse mundo e corra os mesmos riscos que eu corro. Deus, se estivesse no lugar do Maxwell... não responderia pelas minhas ações. E olha que não sou um cara violento.