CAPÍTULO 14

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"Tudo bem perder um pouco da racionalidade de vez em
quando. Só não deixe isso te privar de fazer aquilo
que você tanto deseja"
- Katherine Miller



    Estou exatamente há hora me perguntando por que diabos joguei Trixie nos braços de Bryan tão facilmente. Porra, nós estávamos prestes a nos beijar! Faltava pouco para que ele me tomasse como sua exatamente como já o fez. Quando seus dentes mordiscaram meu lábio inferior, arrepios incontroláveis subiram pelo meu corpo. Ele exala química. Seu toque delicioso correndo por cada centímetro da minha pele era um lembrete de que eu o tinha. De que tinha liberdade para o beijar, o tocar.

    E, ao invés de desfrutar o que era meu por "direito" do nosso acordo, o empurrei para outra garota. Eleanor, sua burra!

    Eu não queria que ele realmente fosse embora com Trix. No momento em que desci para sala, uns vinte minutos depois daquela discussão, torci para que ele estivesse lá, no sofá, me esperando. Cristo, eu foderia com ele bem ali, sem me importar se seríamos pegos no flagra. Em contrapartida ao meu desejo, Bryan havia realmente partido. No enlaço daquela loira oxigenada, que além de atrapalhar o nosso momento, e quase me chamar de piranha porque ouvi muito bem, apenas ignorei para não causar mais discussão, me esboçou o melhor sorriso de vitória enquanto saia do quarto.

    Sei que estou parecendo uma garota ciumenta, mas ciúmes está longe de ser o problema. Sinto raiva, fúria. Raiva de mim mesma por tê-lo empurrado facilmente. Ele queria ficar, porém a minha ira idiota por ouvir a voz irritante de Trixie implorando pela atenção dele falou mais alto. Fúria por não ter entrado em uma discussão com aquela folgada. Raiva de Bryan por não ter me mandado para o inferno e insistido em ficar. De novo, raiva de mim mesma por pensar que ele iria pressupor isso sendo que praticamente o expulsei.

    Droga, não deveria ser tão complicado assim.

    — Sabe, eu não fazia ideia de que você era parte do time das complicadas. — Comenta Aisha, revirando as roupas no meu armário. Depois de me sentir a garota mais burra do mundo pelo que fiz, a chamei para vir até aqui. Como ela estava de saída, disse para me levar junto, seja lá qual for o seu destino. — Era só você ter mandado aquela víbora para o inferno e ficado com o seu homem!

    — Ele não é meu. — Murmuro inquieta, separando um vestido simples, azul marinho com gola alta e mangas, que se ajusta perfeitamente nas minhas curvas. — Eu sei que fui idiota, tá legal? Mas não estava pensando direito na hora! Fiquei tão irritada com Trixie que pensei: "Se ela quer tanto, que leve". Não culpo Bryan por ter aceitado, literalmente joguei ele nos braços dela.

    — Mesmo com ele dizendo que preferia ficar com você. — Lembra com um sorriso cínico, sem mostrar os dentes, deixando meu armário de lado ao ver que já escolhi minha roupa. — Deus, como ela deve ter se sentido vitoriosa. Não acredito que lhe deu esse gostinho.

    — Podemos falar de outra coisa? Por favor.

    — Tudo bem. Me diga como estava o clima antes da cretina chegar. Vocês conseguiram fazer algo?

    — Não vou te dizer em palavras porque sinto vergonha. — Minhas bochechas coram com a lembrança. A língua de Bryan deslizando pelos meus mamilos, provocando-me, entregando aquele olhar sapeca que estou aprendendo a adorar. Suas mãos apertando minhas coxas, acariciando-me por toda parte... — Mas enfim, fomos interrompidos antes de darmos um beijo.

    — Um beijo? — Me encara incrédula. — Do jeito que suas bochechas estão vermelhas, parece que estavam prestes a transar!

    — Seria por pouco se não fossemos interrompidos! — Rebato na defensiva. — Muito pouco, ok? Vamos chegar lá, sem pressa.

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