IRREVOGÁVEL [COMPLETO NA AMAZON]

CAPÍTULO 15

Bryan

"Faça suas coisas no seu tempo e não deixa a sensação
de insuficiência te impedir de conquistar os
seus objetivos"
- Katherine Miller

    Era o quinto site de vagas de emprego no ramo da biologia que eu fechava em menos de dez minutos. Simplesmente não consigo entender por que diabos é tão difícil encontrar algo no ramo da Genética! Minhas pesquisas sobre Mapeamento Genético estão impecáveis. Todos os meus professores me elogiaram assim que conclui o curso, dizendo que iria encontrar facilmente uma empresa onde eu pudesse apresenta-las. Recebi indicações de alguns lugares para trabalhar, porém todos fora de Boston. Pelo visto, o ramo da biologia não está sendo muito valorizado por aqui.

    O que é algo que me deixa frustrado como nunca. Eu ralei por anos de faculdade para deixar minhas pesquisas perfeitas. Me pergunte qualquer coisa, literalmente qualquer coisa sobre células tronco que te direi tudo na ponta da língua. Posso atuar em outras vertentes do curso, mas não sinto vontade de virar escravo de um trabalho que não quero fazer. Antes, pretendia trabalhar com biologia Marinha. Queria me mudar para uma cidade com praias, onde além de exercer o que eu amo, me deixaria mais perto da natureza, do sol e de uma chance de surfar. Só que sou apegado para um caralho pelos laços que criei aqui em Boston. Minha família está aqui. Sendo assim, não pretendo ir para nenhum outro lugar tão cedo.

    — Que bicho te mordeu para você estar com essa cara? — Eleanor senta ao meu lado, ou melhor, coloca meu notebook na mesa de centro, posicionando um travesseiro nas minhas pernas e deitando a cabeça no meu colo. Sua forma indireta de dizer que quer que eu acaricie seus cabelos. Segundo suas palavras, meus dedos fazem "mágica nos seus fios". — Não, não diga. Vou adivinhar.

    — Além de folgada, virou adivinha? — Brinco, trilhando meu carinho delicado pelos seus fios cheirosos. O shampoo que ela usa tem um cheiro tão bom que consigo sentir daqui. — Pode tentar, se quiser. Não vai aceitar.

    — Por que está tão convicto disso?

    — Porque é um assunto que não costumo compartilhar com as pessoas, anjo. — Aperto a pontinha do seu nariz, que fica avermelhada. — Mas tente. Quem sabe você não lê minha mente ou algo do tipo.

    Ela me mostra o dedo médio, cerrando os olhos. Desde o nosso beijo inesperado no bar há mais ou menos duas semanas, superamos toda a dificuldade de criar um clima. Sempre que podemos, estamos nos beijando. Com as mãos um no outro, lábios grudados. Continuo saindo com outras pessoas, El também. Por incrível que pareça, o seu acordo está dando mais certo do que eu esperava. Não costumamos nos beijar quando estamos em festa, é como se usássemos esses eventos para "aproveitar" e, quando estamos em casa, ficamos "juntos", em aspas porque não passaram de beijos e mãos bobas até agora. Não sei por que, mas ainda não transamos. Apenas mãos bobas, preliminares, sem chegar nos finalmente. Nas vezes em que tentamos, fomos interrompidos – quatro vezes, sem brincadeira. Eleanor geralmente está cansada de semana por conta dos estudos e estágio, fico ocupado com a fraternidade. Nos últimos fins de semana andei saindo muito com Holton para conseguirmos zerar o estoque antes de novas mercadorias chegaram.

    Não estou com pressa. Óbvio que anseio para ter o corpo nu dessa mulher debaixo do meu, mas se teve uma coisa que nossa péssima experiência com climas me ensinou foi que: Quando as coisas acontecem inesperadamente, são muito melhores. Me contento com nossos beijos, carícias e momentos de carinho. Mesmo que nenhum de nós admita, somos pessoas carentes. Eleanor pelo seu abandono familiar e término com namorado, eu pelo mesmo motivo. Somos extremamente parecidos. Quem disse que os opostos sempre se atraíam era um mentiroso, porque sou completamente atraído por alguém que é muito parecido comigo.