Lua Negra: A Saga Lunar - Livro 3 ( Concluído )

Capítulo 3

Com Davi lutando para se manter animado, saio do quarto dele e vou para o meu, mesmo eu tentando ajudá-lo, eu confesso que ele não é o único que está de luto, me sentei na cama e escuto uma voz feminina muito familiar, até que escuto alguém batendo na porta, levantei me e andei até a porta, quando eu abri, vejo Bethany parada a minha frente:

- Bethany? O que faz aqui? — Perguntei curioso.

— Eu vim ver você! — Ela disse entrando em meu quarto.

- Pensei que eu fosse te buscar amanhã.

— Sim mas, eu quis vim te ver hoje... — Ela falava um pouco cabisbaixa e, como se estivesse forçando um sorriso meio seco e sem graça. Escuto seu  bater loucamente, o que me fez pensar que algo estava errado.

- Bethany, aconteceu alguma coisa? — Perguntei.

— Não — Respondeu ela.

- Sério? Você sabe que mentir para mim não vai adiantar nada não é? Até por que, eu consigo escutar o seu coração batendo feito louco. — Cruzei os braços.

— Me desculpa — Ela passa as mãos em seus cabelos o jogando para traz,  percebi também que lágrimas começaram a surgir.

- Ei? Fala comigo, o que aconteceu? — Me sento ao lado dela, e, segurei a sua mão.

— Eu vim até aqui por que, eu... Eu preciso te falar uma coisa. — A mesma suspirava fundo e as lágrimas ainda escorriam pelo o seu rosto.

- Tudo bem, pode falar, eu estou aqui! — Eu estava agoniado, queria ajudá-la seja lá o que ela tinha. Ela suspirou fundo e apertou a minha mão.

— Eu recebi uma proposta do meu pai, para eu poder estudar.

- Mas isso é ótimo! Você vai poder fazer algo que gosta e ter um futuro. — A motivei, feliz até.

— O problema não é esse, Nick, o problema é que, eu vou ter que ir embora. — Eu fiquei sem reação, e até mesmo trêmulo, sinceramente, o meu coração passou a bater mais rápido do que o dela, tanto que senti o apertar e a minha garganta secou.

- Embora? Você está falando sério?

— Sim, meu pai vai me mandar para outro Londres, para cursar em uma universidade, nós dois sabemos que eu não vou conseguir estudar aqui, Nick. — Ela respira fundo.

- Eu entendo, e quando você vai?

— Depois do meu aniversário, que no caso, é depois de amanhã. — Fiquei inconformado, triste, desmotivado, tudo o que tinha direito.

- Por que não me disse isso antes? — Perguntei.

— No dia em que eu ia te falar, você teve que sair às pressas, se lembra? Foi o dia em que você conheceu o Luiz na floresta. — Me veio um flashback em mente, e eu me lembrei do dia, eu me lembrei que ela estava com um olhar triste.

- Bethany, já faz quase um ano, por aue não me contou?! — Questionei.

— Por que estávamos em uma missão, Sofia morreu, todos nós estávamos de luto, eu tive que esperar a poeira abaixar, Nick!

- Me desculpa, se eu tivesse ficado aquele dia eu faria de tudo para aproveitar cada momento com você.

— Você já estava muito preocupado com a lua de sangue, eu não iria te preocupar mais se tivesse contado durante a viagem. Não se desculpe, nós tivemos muito tempo juntos e, teremos muito mais. —  Ela força um sorriso.

- Mas você vai estar longe, como teremos momentos juntos?

— Eu vou voltar Nick, mas eu preciso ir, você entende, não é? — Ela perguntou apertando a minha mão.

- Claro, eu entendo, mas saiba que eu vou dar um jeito de ir até você, nem que eu tenha que ir até o fim do mundo.

Ela enxuga as suas lágrimas e me abraçou forte, com as minhas mãos agarradas em suas costas, eu queria não solta-lá nunca mais, vai ser difícil e doloroso vê-la partir, mas tenho que aceitar o fato de que ela deve seguir em frente.
A mesma me olha com um olhar triste, e encosta a sua testa a minha, até que dei lhe um beijo calmo e suave, senti a sua mão macia em meu rosto enquanto escutava o seu coração bater desacelerar.

- Eu vou sentir a sua falta. — Falo cessando o beijo.

— Eu também irei, mas eu vou carregar você comigo não importa aonde eu vá, eu te amo! — Ela me beijou novamente, um beijo rápido e doloroso por assim dizer:

- Eu também te amo!

— Bom, meu aniversário está chegando e o meu pai pediu para que eu convidasse vocês, eu espero que vão! — Ela se levantou.

- Mas é claro que eu irei, os meninos também vão pode ter certeza. — Ela voltou a me abraçar, já imagino o quanto que vai ser difícil não tê-la mais aqui comigo.