Lua Negra: A Saga Lunar - Livro 3 ( Concluído )

Capítulo 29

— Nick

Estávamos todos reunidos na cozinha, conversando, rindo e relembrando alguns  acontecimentos bons nos quais não queremos esquecer. Hannah e Lívia insistiram em fazer o jantar essa noite, eu estava sentado em frente a Luiz e Davi que disputavam uma quebra de braço, quer dizer, Davi disputava, por que ele estava fazendo tanta força que sua pele ficou vermelha, Luiz, debochava do mesmo por ser em tese, mais fortes, estava parado sem mexer um músculo se quer, Oliver estava em pé encostado na parede com uma garrafa de água na mão, e não parava de gargalhar de Davi.

— Eu consigo... Eu consigo... — Davi fala com força. — Eu desisto. — Ele diz recuperando o fôlego.

— É meu amigo, quem sabe um dia você tenha sorte. — Zombou Oliver dando alguns tapas em seu ombro logo após de caminhar até ele, se sentou ao lado do mesmo.

— Sorte? Comparado a vocês é Impossível, eu vou ter que me banhar de acônito para vencer um de vocês. — Voltamos a gargalhar, eu analisava a situação que estavamos vivendo e, percebi como essa cozinha estaria mais animada se Bethany e Sofia estivessem aqui, com certeza, Sofia e Bethany estaria rindo de Davi e ajudando Hannah e Lívia a prepararem o jantar. Em meio as risadas e a diversão do momento, logo fomos interrompidos quando todos nós, inclusive Davi e Hannah, escutamos um uivo, me levanto rápido da cadeira um tanto assutado e tenso.

— Gente? É normal eu como humana escutar esse uivo, né? — Perguntou Hannah.

— Não, foi mais alto do que o último. — Afirmou Oliver.

- É o Cristopher, eu tenho certeza, esse uivo, não é um uivo normal, é um chamado!

— Um chamado, mas para que? — Luiz perguntou se levantando.

- Eu não sei, mas seja lá o que ele estiver chamando, provavelmente uma hora chegará até ele.

— Nick, esse uivo não está vindo da outra margem do rio, isso está vindo de muito longe, fora do nosso alcance. — Disse Lívia.

— Será possível? Digo, se ele estiver mesmo onde eu sei que, tanto eu quanto vocês estão pensando, é possível escutar?

— Gente, do que exatamente vocês estão falando? E de onde mais esse uivo poderia estar vindo? — Perguntou Hannah, lembrei-me que nós não havíamos contado nada a ela sobre Cristopher e tudo em geral.

- Mundo oculto! — Afirmei. — Eu sei que todos nós, exceto Hannah, pensou isso, como disse Davi!

— O que é isso?

— O mundo oculto é conectado com o nosso mundo real, é por isso que há criaturas que tem grande acesso para este mundo, há possibilidades de acontecimentos de lá, prejudicarem aqui. — Respondeu Oliver para Hannah.

- Bom, seja lá o que ele estiver planejando, é melhor começarmos a preparar um plano. — Falo voltando a me sentar.

— Mas como vamos bolar tal plano? Sendo que a gente não sabe nem onde ele realmente está, digo, ele pode estar ou não no mundo oculto.

- Eu sei Lívia, no dia em que invadimos a mansão, Davi e eu vimos ele abrir um portal, porém...

— Entretanto todavia. — Interrompeu Davi. — Nós não podemos afirmar se ele ainda esta lá ou não, ele pode ter ido para o mundo oculto aquele dia, mas agora, pode estar de volta ao nosso mundo.

- Por ora, vamos manter a calma e esperar, mas a primeira aparição que ele fizer, vamos ir atrás dele. — Todos na sala assentaram. — Agora, temos que contar detalhe por detalhe para Hannah entender toda a história, quem é Cristopher e o que ele causou.

— Vem cá, essa comida aí não vai sair não? Eu estou cheio de fome. — Falou Davi que apoiou o cotovelo na mesa, logo todos voltaram a conversar, por alguns segundos, enquanto Oliver contava para Hannah sobre os acontecimentos passados, eu consegui identificar algo errado, haviam apenas seis pessoas nessa cozinha, mas, graças a essas habilidades de lobo, eu escutei um sétimo coração batendo, foi muito rápido e logo esse batimento desapareceu, foi estranho, olhei para os lados e para as janelas procurando por algo que pudesse ser suspeito, quando me dei conta, Oliver estava me olhando como se soubesse de algo, e Davi falava para Hannah os acontecimentos de lua de sangue, Oliver fez um gesto rápido com cabeça, pude perceber que era uma confirmação de que ele também escutou.

— Bethany

Quando a noite caiu, eu estava me olhando no espelho e ajeitando a roupa que escolhi para ir, coloquei algo básico, uma calça jeans clara, um salto não muito alto, e uma camiseta preta com um decote na frente, para finalizar, visto um casaco de couro preto por cima, soltei o cabelo e o arrumei, estava com uma ondulação linda.
Paola estava com um vestido curto de cor azul marinho, não muito acima dos joelhos, ela havia acabado de arrumar os seus cabelos longos e cacheados.

— Pronto! Agora só falta a gente esperar o Dylan chegar e...  — Antes mesmo de ela falar, alguém bateu na porta, quando eu a abri, era Dylan, ele estava com uma calça jeans, uma jaqueta preta e um boné bem chamativo de cor vermelha.

— Vocês estão maravilhosas! — Ele fala dando alguns passos para traz.

- Obrigada, você também está ótimo! — O respondi.

— Vamos? — Perguntou ele dando espaço para sairmos.

— Vamos! — Afirma Paola.

Peguei a minha carteira em cima da cama e Paola trancou a porta, quando saímos para fora do prédio, havia um garoto encostado em um carro logo a nossa frente, Dylan o cumprimentou.

— Olá Tyler. — Cumprimentou Paola.

— Iae, Paola, quem é a amiga nova? — O mesmo perguntou, logo me lembrei do que Dylan disse mais cedo por ele estar interessado em mim.

— Essa é Bethany, Bethany, este é o Tyler, amigo nosso. — Ela nos apresentou.

— É um prazer, Bethany.

- Igualmente, Tyler. — Sorri meio sem graça ao olhar para Dylan e ver ele sorrindo.

— Bom, entrem aí, já era para estarmos lá. — O mesmo falou dando partida no carro.

— Já começou?

— Já faz uma hora que a festa começou, Dylan, mas não se preocupe, vai até amanhã. — Ele sorriu, logo pegamos a estrada, ele disse que não seria muito longe, e não foi mesmo, a casa ficava em uma rua bem silenciosa, as casas ficavam separadas a uma distância longa, uma das outras, havia muitas pessoas entrando na casa e a música estava alta, quando ele parou o carro, saímos do veículo e fomos andando para dentro, realmente esse não é o tipo de coisa que eu estou acostumada fazer, era a primeira vez que eu ia em uma festa como essa, havia alguns garotos fumando algo com um cheiro horrível e enjoativo, e muitos copos de bebidas espalhados pelo o chão.
Quando chegamos na parte de trás da casa, havia uma área de lazer imensa, com picina, um palco onde o DJ fazia o seu show, era bem aberto e plano, e logo atrás havia muitas árvores e até pensei ser uma floresta, o que literalmente era, avistei também um rio que corria ao fundo, tinha algumas árvores decoradas com luzes e pessoas pulando na piscina.

— Minha nossa, isso está um espetáculo! — Admirou Paola.

— Confesso que eu não esperava por algo assim. — Responde Dylan. Caminhamos entre a multidão, e ficamos em pé junto aos seus amigos, Tyler e Adam, eles ficaram conversando com Paola e eu enquanto Dylan disse ter ido buscar uma bebida, e não demorou muito para que ele retornasse com a bebida em mãos, ele me entregou um copo e eu o agradeci, como tudo isso é novo para mim, eu vou curtir como puder.

No meio.daa conversas paralelas e risadas, novamente, eu escutei aquela voz sussurrar em meus ouvidos: Bethany... venha... Apesar da musica estar bem alta, eu conseguia escutar perfeitamente o que a voz dizia, parece que tudo em minha volta perdeu o som, a gritaria, a música, e só me restava escutar essa voz, olhava para os lados e não vis nada, isso vem me deixando assustada.