Elizabeth
Suja. Imunda. Era assim que me sentia nesse momento. Cheguei do colégio e fui direto para o meu quarto. Inventando no caminho uma desculpa qualquer para Gladys não se preocupar. Tranquei-me no banheiro e apoiei na porta deixando meu corpo cair até o chão. Nada. Absolutamente nada, havia me feito chorar desse jeito.
Nem a morte de minha mãe. Nem quando soube que havia sido vendida pelo meu pai e muito menos ser humilhada por todos aqueles imbecis. Nada tinha doído tanto quanto o que ele tinha feito. E eu sabia a razão disso. Era porque eu o amava como nunca amei ninguém. Apesar de ser um sentimento irracional e absurdo, era assim que me sentia. E ver e ouvir que ele fez tudo aquilo só para se divertir estava me matando.
Jughead pegou a noite mais perfeita da minha vida e a transformou em uma chacota. Um motivo para se vangloriar e ganhar dinheiro.
Por que, Jughead? Por que?
Essas eram as perguntas que minha mente não parava de fazer enquanto as lágrimas molhavam todo o meu rosto.
Apertei meus joelhos e gritei o mais alto que pude, tentando aliviar a pressão crescente que sentia no meu peito. A dor era insuportável.
— Betty, você está bem? — Gladys perguntou batendo na porta com insistência.
— Estou — respondi com a voz trêmula e embargada.
— Não minta para mim. Por favor, abra a porta! — pediu com urgência. Respirei fundo. Levantei e a abri.
Assim que viu meu estado, Gladys me olhou com carinho e abriu seus braços. Sem pensar duas vezes a abracei e continuei a chorar.
Ela acariciava com cuidado meu cabelo, e sem dizer uma palavra me consolou. Na hora eu pensei em contar tudo, mas eles não mereciam isso. Gladys e FP só iriam sofrer ainda mais ao saber o que Jughead fez. E a última coisa que eu queria era trazer sofrimento a essas duas pessoas maravilhosas que eu tinha como um pai e uma mãe.
Não sabia calcular quanto tempo ficamos ali abraçadas, só que assim que consegui me acalmar me afastei. Ela segurou meu rosto.
— O que houve, meu bem? — perguntou claramente preocupada. — Acho que está me escondendo alguma coisa acusou desconfiada.
— Não, Gladys. É só um presente que minha mãe me deixou e eu perdi. Era a única lembrança que tinha dela — tentei melhorar a mentira que havia contado quando cheguei em casa, mas ela ainda me olhava com desconfiança.
— Vou acreditar em você — empenhei em sorrir, contudo isso parecia impossível. — Por que não toma um banho? Vai ajudar a relaxar.
— Acho que é isso que vou fazer — respondi sem ânimo.
— Podemos esperar você para jantar? — sua pergunta me tirou do transe. Jantar? Com Jughead? Não. Eu não estava pronta para encará-lo. Balancei a cabeça negativamente.
— Não estou com fome, depois do banho só vou querer minha cama.
— Posso pedir a Gianna que traga seu jantar aqui. Que tal? — neguei novamente.
— Estou mesmo sem fome — insisti. Ela acariciou meu rosto mais uma vez.
— Tudo bem — concordou dando um beijo na minha testa. — Descanse, amor e se precisar de qualquer coisa não hesite em chamar. Ok? — fechei os olhos brevemente e assenti.
Assim que Gladys saiu do quarto tranquei a porta e fui para o banheiro. Tirei a roupa e entrei debaixo na ducha. Ali, deixei a água lavar toda a minha tristeza. Peguei a esponja e conforme me lembrava da noite passada a esfregava violentamente pelo meu corpo com o intuito de tirar qualquer rastro dele que ainda poderia estar em mim.
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Última Chance - Bughead
Любовные романыRico, lindo e popular o jovem Jughead Jones não mede esforços para se divertir e conseguir o que deseja. No seu caminho está Betty Cooper, uma garota ingênua e doce que após a morte dos pais foi adotada pela família Jones e se tornou o objeto de ira...