Viagem

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Moonbyul

Quando olhei nos olhos de Wheein contando o que ouvi e que eu iria procura-la eu consegui perceber sua confusão e insegurança. Talvez eu esteja louca, sonhei tanto com a mesma pessoa que quando parei de sonhar precisava encontrar de outra forma. Solar foi meu porto seguro durante toda minha adolescência, mesmo que eu não entendesse como. Talvez o fato de ter de certo modo uma ligação romântica tenha feito ela se sentir ameaçada, mas se ela soubesse...

- Puppy. - Segurei sua mão entre as minhas. Ela me olhou sentando de pernas cruzadas em minha frente assim como eu.

Quando ela soube dos meus planos deixou o copo na bancada e não quis mais beber, em menos de meia hora ela quis ir embora. Me senti culpada por estragar nossos planos mas a coisa que mais amava nela era como eu podia ser sincera e transparente assim como ela era. Ela dormiu em silêncio no meu peito e eu senti que aquele era o momento de ficar em silêncio.

- Hm. – Ela parecia mais calma, mas não bem.

- Eu quero que você vá comigo, eu quero ter certeza que eu não sou louca. – Olhei para o relógio de parede, os ponteiros marcavam 06:14 da manhã.

- Quer que eu vá com você atrás da sua garota dos sonhos? – Ela soltou uma risada seca, definitivamente não estava feliz.

- Wheein, tenta me entender, os sonhos que eu tinha com Solar foram meu porto seguro durante meus piores anos. Eu entendo seu medo mas eu tô longe de ter ou entender meu relacionamento com Solar mas com você sim. – Acariciei sua bochecha esquerda com meu polegar sentindo sua cabeça tombar com meu toque. – Eu quero entender, eu jurava que ela não existia e eu quero entender como ela existe agora...Eu precisa saber se não estou louca. Me ajuda, por favor. – Ela parecia ler a confusão no meu olhar, como eu amava os olhos dela.

- Vamos. – Ela sorriu se levantando da minha cama. Perdi o rumo quando ela se virou, estava só de calcinha preta de algodão e minha regata cinza, nada demais mas ela não tinha ideia do quanto eu a desejava. – Byul! – Ela riu percebendo meu olhar quando se virou.

- Você é linda. – Me levantei tirando minha camiseta, ela me olhou durante alguns segundos com um sorriso malicioso. – Vai tomar banho primeiro?

- Depois de ver seu resultado de academia eu vou precisar. – Ela riu andando até o banheiro.

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Era a terceira vez que entrava num aeroporto, não via quase nenhuma mudança desde os meus quinze anos. A primeira foi para passar o natal com a minhas tias que moravam aqui em Seoul enquanto eu morava em Bucheon quando tinha 8 anos, a segunda foi quando fui à Damyang Juknokwon durante as férias aos 14 anos e a última foi aos 15 quando vim para Seoul.

- São 9 horas, se ela for responsável deve estar por aqui em algum lugar ou chegando. – Wheein me puxou para a fila de check in, dessa vez parecia mais animada. A abracei observando as pessoas entrando e saindo da fila com suas malas, nisso se passaram vinte minutos e cada minuto passou a pesar.

- E se ela estiver aqui já? – Perguntei insegura, me sentindo cada minuto mais insana.

- Vamos esperar até 15 minutos antes das 10 horas, ai a gente passeia pela área de embarque. – Como água se passaram os 25 minutos e nem sinal de Solar. Ela me olhou, estava com pena, provavelmente vendo a angústia no meu rosto.

- Vamos andar? – Perguntei tentando sorrir mas saiu como uma careta de dor.

Enquanto observava as cadeiras conseguia sentir meu coração na garganta, se eu tivesse confundido a voz? Ou pior, se eu tivesse ouvido e visto algo que não existia de fato? Meus olhos começaram a arder, não sabia exatamente porquê queria chorar. Senti Wheein puxar minha jaqueta jeans e apontar para o vidro do corredor de embarque.

- É ela? – Ouvi o questionamento abafado enquanto encarava boquiaberta a garota que eu sempre via na mesmo lugar nos meus sonhos.

O cabelo tinha quase o mesmo tom de sempre, só que uns vinte centímetros maior, ela parecia ter quase a mesma feição de sempre quando seu rosto se virou quase em nossa direção. Ela no geral só parecia mais alta e madura. Wheein me puxava cada vez mais perto do vidro e não sei porque sentia como se eu fosse feita de cimento, medo de me aproximar.

- Se você tá louca eu estou tão ligada com você que fiquei louca junto. – Puppy me abraçou apertando sua cabeça em meu peito. – Se acalma, a gente vai entender isso. – Ela conseguia sentir meu coração batendo feito uma locomotiva.

Cotton candy girlsOnde histórias criam vida. Descubra agora