O poder da mente

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Wheein

Podia sentir a ausência de calor e o suor na mão de Byul que segurava a minha frouxamente, pela minha visão periférica podia ver sua feição pálida e perdida como se tivesse visto uma assombração, e de fato começava a acreditar que vimos uma. Sempre tive certeza sobre minha sanidade mental mas nesse momento não conseguia encontrar uma explicação.

- E se a gente conseguir o nome dela no voo? – Moon se virou para mim enquanto andávamos em passos lentos no meio de pessoas apressadas.

- Mas ninguém viu ela Byul, como ela vai estar lá?

- Mas a gente viu, Puppy, nós duas. – Ela resmungou.

- Byulah...Eu sinceramente tô começando a levar algumas das teorias da Hyejin a sério, talvez a gente esteja tão ligada que estamos delirando juntas.

- E o que a gente faz sobre isso?

- Procurar alguém que entenda disso. – Apertei sua mão tentando a confortar mas não me sentia tão segura pessoalmente, não mentalmente.

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Existia uma ligação maior entre nós duas desde o início, não fazia ideia do porquê mas aquela garota quieta com olhos intensos me atraiu desde o primeiro segundo que vi. Não tinha percebido a notável atração física de inicio mas apenas o fato de não ser tão sociável assim me fazia procurar um motivo para o meu próprio esforço social, afinal também era muito tímida com pessoas novas.

Nas primeiras semanas ela quase não falava, seus sorrisos eram fechados e seu olhar era baixo. Percebi que apesar de maior ela parecia extremamente frágil e eu não conseguia parar de pensar no motivo. Só descobri durante as férias de fim de ano e então percebi o nosso vínculo maior: Moonbyul havia feito tratamento para depressão duas vezes, e até os últimos meses daquele ano ela ainda tomava antidepressivo e nessas últimas semanas interrompeu o tratamento.

Durante o ensino médio tive depressão durante quase um ano começando por meu primeiro namoro e se arrastando durante os meses de término. Tinha sido meu único relacionamento e definitivo como o pior que já tive, depois daquilo sinceramente tinha medo de me envolver com alguém que me machucasse tão fundo.

- De depressivas pra esquizofrênicas, não sei o que é pior. – Comentei amarga fazendo Byul rir empaticamente.

A nossa última esperança era procurar respostas do subconsciente, se não achássemos iriamos para estaca zero. Não acreditava 100% em Jimin mas esperava que talvez ele tivesse errado ou volte atrás caso tenha mentido. A Universidade Católica de Pusan era uma das únicas a ter um curso inteiramente de psicologia na região então nossas esperanças era conseguir alguma opinião profissional com respostas racionais para nos fazer dormir de noite.

Não fomos barradas no inicio e logo estávamos no departamento de psicologia, Byul sem dizer uma palavra me puxou para uma porta escrito "Sala de professores" e seu punho travou levantado em direção a porta.

- Vai dar tudo certo. – Sussurrei mesmo não tendo certeza, só precisava encorajá-la. Então ela bateu, e um homem de óculos grossos quadrados e careca abriu a porta nos observando confuso.

- Boa tarde, em que posso ajudar? – Byul travou ao meu lado com seus lábios entreabertos.

- Seosaeng-nim, boa tarde. Você pode nos ajudar em um questão psicológica? São umas dúvidas, por favor. – Juntei minhas mãos em uma prece.

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