Lis:
Minha visão era dos meus pé encostado na parede enquanto meu corpo estava deitado na cama
Na medida que a música ia tocando meus pés batiam junto com a batida e minha cabeça fazia movimentos para os lados enquanto o som estourava nos meus fones de ouvidos. Não sei como eu ainda não fiquei surda
Paro de me mexer quando escuto barulho de algo quebrando no andar de baixo. Tiro apenas um lado do fone para ver se era realmente alguma coisa quebrando ou se eu estava ficando louca
Não, eu não estava
Me assusto quando escuto o barulho de novo. Fico sentada na cama e respiro fundo já sabendo o que estava rolando lá em baixo. Tiro meus fones do ouvido e coloco eles junto com meu celular do lado de um porta retratos com as pessoas que eu amava que ficava em cima de uma mesinha do lado da minha cama
Meus passos são firmes porém silenciosos. Desço as escadas deslizando minha mão sobre o corrimão
E lá estava meu pai. Ele caia para os lados segurando uma garrafa na mão. Seus cabelos bagunçados e a pele suada parecendo cansado. Depois de um tempo rodando pela sala, ele se senta numa mesa e fica parado olhando para um ponto fixo no chão
-Pai? - me aproximo um pouco dele
-Ah, é você - ele me olha mas depois desvia seu olhar bebendo o último gole da garrafa
-Ta tudo bem? Eu posso ajudar o senhor a subir as escadas pa....
-Eu não quero sua maldita ajuda! - ele grita e eu me assusto dando alguns passos para trás - Você é um peso na minha vida...
-Pai, agora não é a hora, vamos conversar por favor!- imploro pra ele já quase chorando
-Cala boca !- ele grita jogando a garrafa que ele segurava na parede fazendo com que cacos de vidro se espalhassem pelo chão
-Por favor me deixe te ajudar pai, só dessa vez - comecei a sentir lágrimas descendo no meu rosto - E-eu posso catar os cacos de vidro para o senhor não se machucar
Eu não aguentava mais aquilo, meu pai nunca foi assim, ele nunca bebeu desse jeito, nunca me tratou desse jeito desde que... minha mãe se foi.
Ela morreu há 7 anos, quando eu ainda tinha 15, e até então, só éramos eu e meu pai, uma família feliz, sempre podia contar com ele para tudo.
Acontece que há alguns dias meu pai anda frequentando um bar de esquina aqui na rua onde fica lotado todos os finais de semana, ele chega bêbado todas as noites gritando feito um louco e falando sozinho. Eu apenas queria ajudá-lo.
-Pai? Fala comigo - chamo a sua atenção.
Ele tira suas mãos da sua cabeça e olha lentamente para meu olhos com um olhar de extremo ódio.
-Se quiser me ajudar, é melhor que saia da minha frente. A G O R A - ele dizia pausadamente me causando arrepios
Dou curtos passos para trás até chegar na maçaneta da porta abrindo e saindo dali rapidamente.
Era de noite e eu já não sabia o que fazer, sentei num banco de uma praça e apenas chorava. Chorava de saudades. Saudades do pai que um dia eu tive e queria que um dia voltasse.
Comecei a sentir um leve arrepio a percorrer no meu corpo, passei as mãos pelos meu braços tentando me esquentar do frio que fazia. Não tinha muita opção, a não ser dormir na casa de uma amiga que morava ali perto. Não tinha como mandar uma mensagem, afinal, deixei meu celular na minha casa antes de sair correndo dali.
Estava quase chegando na casa da garota, quando senti uma forte pancada na minha cabeça fazendo eu cair e minha visão ficou totalmente escura.
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⭐⭐⭐⭐⭐
Bjss❤️
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A Prisioneira
Fanfiction"-Eu a amo tanto, que daria a droga da minha vida por ela." Lis Moore é sequestrada pelo Serial Killer David Parker. Ela perde a memória e agora ela só tem duas saídas, escolher viver ao seu lado e esquecer que já teve um passado ou se relembrar e...