Completamente confusa

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Lis:

Encosto em uma das paredes e choro, choro de agonia de pensar que eu vou ter que viver assim pelo resto da minha vida, eu só queria ser uma pessoa normal, viver como uma pessoa normal, abraçar quem eu amo e fazer as coisas que eu gosto.

Se eu realmente tiver alguém que eu goste

Depois de um belo tempo ali, decidi levantar e fazer as tarefas propostas por ele. O bom é que a casa não era bagunçada, os móveis e objetos eram todos organizados, a casa só não era limpa

Procuro alguns produtos de limpeza e começo a limpar cômodo por cômodo

Tento abrir uma das portas da casa mas aparentemente esta trancada, deduzo ser a porta do quarto dele. Giro a maçaneta e tento empurrar a porta. Tiro as luvas que estava usando e depois tento empurrar de novo. No último impulso a porta se abre

Entra ai boba, arruma mais encrenca

-Ainda está cedo para ele voltar, não vai fazer mal eu dar só uma olhadinha - digo e logo entro no quarto.

Diferente de todos os outros cômodos, o quarto dele é simplesmente impecável. Tudo muito bem arrumado e sem nenhum sinal de sujeira ou algo do tipo.

Dou passos para frente e bati os olhos num guarda roupa gigantesco que havia ali . A curiosidade é mais forte que eu, então eu decidi abrir as portas para ver o que tinha dentro.

Algumas peças de roupas penduradas e outras dobradas, a maioria pretas. Sapatos e algumas objetos

Abro a outra porta do meio do guarda roupa e dou alguns passos para trás assustada

Puta merda!

Era uma grande parede com uma enorme coleção de facas, canivetes e algumas pistolas tudo bem organizadas e alinhadas. As facas pareciam muito bem afiadas e as armas... Que vontade de toca-las

Estendo a mão para pegar mas recuo rapidamente. Não sei mexer em uma, poderia fazer muita merda com uma arma na mão

Que merda esse cara é?

Logo vejo uma pequena gaveta e decido abri-la imediatamente

Droga, estava trancada!

Dou um tapa de raiva no guarda roupa me arrependendo logo em seguida sentindo arder um pouco

Fecho as porta do guarda roupa e ando em direção a porta do quarto logo a fechando e fingindo que não tinha visto nada.

Já eram 19:00 da noite e nada dele, era um alívio, sua presença me assustava um pouquinho. Termino de fazer o jantar e apenas espero pelas suas próximas ordens. Sento na cadeira da cozinha, encostando minha cabeça na mesa. Estava exausta.

Escuto barulhos de chaves e cadeados, logo limpei a baba que escorria abaixo da minha boca. Tinha pegado no sono

Ele olha ao redor até parar seus olhos em mim, dá um suspiro pesado e logo fecha a porta vindo depois em minha direção

-Para você - me joga uma sacola cheia de objetos pessoais.

-Pode ir tomar um banho - ele diz simples

Que alívio!

-Obrigada -Digo e logo vejo ele indo cutucar as panelas.

Eu precisava daquilo, precisava de um banho bem tomado depois de horas e horas limpando aqui.

Quando termino,me troco e sigo em direção a cozinha. Paro ali em frente sem saber o que fazer.

-Pode vir comer se quiser - ele fala ainda olhando para o prato de comida.

Beleza, não deve ser tão difícil sentar e comer na frente de um cara que guardar diversões tipo de faca em um guarda roupa

Sem pensar duas vezes, faço meu prato e sento de frente para ele.

Eu estava morrendo de fome, aquilo sim era comida de verdade. Sentia às vezes seus olhos queimando em mim, mas ignorei. Quando termino dou um leve suspiro de satisfação e decido encara-lo. Ele já estava me olhando então decidi fazer uma pergunta

Afinal, ele tava legal agora, não era?

-Bem, eu não sei se é o melhor momento, mas eu queria te fazer uma pergunta - vejo sua expressão ainda a mesma então decidi continuar

-Eu não me lembro de nada do que aconteceu comigo, eu não sei nem seu nome

Ele me analisa bem antes de responder

-Seu pai batia em você Lis - ele passa o guardanapo na boca e depois me olha ainda mastigando a comida

-Bebia muito e batia em você - contínua

-Um dia te encontrei na sua casa desmaiada no chão, então decidi te trazer para cá, fiz o melhor para você - sua expressão era de preocupado.

Calma isso é muito informação. Será que devo acreditar?

-Então você me ajudou? - pergunto porque nada fazia sentido do que ele falava.

-Sim - ele fala e depois da um sorriso de puro sarcasmo

Esperei ele terminar de falar

-David, meu nome é David, Lis-

-E meu pai fazia isso comigo? Foi por isso que você me trouxe?- pergunto ainda sem entender

-Já falei que foi pro seu bem, ok? Se te deixasse lá morreria - ele suplica como se fosse algo normal.

-E aí você simplesmente me trás para sua casa achando que eu vou acreditar em você? - pergunto com a voz já meio alterada.

-Acredite se quiser - Ele praticamente cuspiu aquelas palavras.

-Você não poderia ter chamado a polícia ou algo do tipo? Acha que eu vou acreditar em louco igual a você?- Não consegui controlar minha raiva,era demais para mim.

-JÁ CHEGA! - ele grita levantando e batendo suas mãos na mesa me assustando - Não vou deixar que fale assim comigo na minha própria casa! Pode ir pro seu quarto AGORA!- ele aponta para a porta.

-Isso não vai ficar assim… - dou uma última olhada em seus olhos antes de entrar no quarto

Eu pego minhas coisas e logo sumo de suas vistas, se ele acha que eu vou acreditar nele, ele tá muito enganado, eu vou descobrir toda verdade e ainda vou conseguir sair daqui

Eu vou

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Bjjs ❤️

A PrisioneiraOnde histórias criam vida. Descubra agora