A Prisioneira

Indo em cana

"Vai demorar algum tempo
Para fazer você sorrir"

Lis:

O corredor estava vazio e o ar-condicionado estava no frio, deixando o ambiente muito mais gelado do que já estava

O policial me guiava até uma porta que é aberta por um homem alto e moreno. Seu cabelo era curto e tinha um distintivo pendurado em seu pescoço

-Por favor, me diz que sua informação não era falsa - ele olha diretamente para o policial e eu o vejo balançando a cabeça e depois desviar seu olhar para mim - Kate…

Eu engoli seco um pouco com medo

-Parece que a notícia se espalhou rapidamente - o homem do meu lado diz para o cara grande que estava na minha frente - A imprensa está toda lá fazendo  um monte de perguntas

-Sei disso, é quase impossível… - o cara me olha - Meu nome é Marcos, Kate. Eu tinha pegado seu caso quando a detetive Path saiu dele - ele estende os braços para me comprimentar mais eu não faço esforço para levantar o meu

Escuto ele limpando a garganta e se afastando da porta dando passagem para mim  entrar

-Por favor…

Ele parecia muito educado e paciente. Eu já estava aqui, não tem porque não entrar

-Sente-se - ele aponta para uma cadeira em frente a sua mesa e eu me sento

-Kate, você tem noção de como procuramos você esse tempo inteiro? Achávamos que estava morta

Eu não fazia ideia que estava sendo procurada. Apenas olhava para o homem apertando o cobertor sobre meu corpo

-Olha - ele me mostra um cartaz com o meu nome e uma foto minha totalmente diferente de como eu estava agora - Espalhamos cartazes por toda a cidade, sua matéria foi passada na TV muitas vezes. Eu não sei como nunca te reconheceram

Então era por isso que David nunca me deixou assistir televisão. Ele tinha medo de eu ver minha matéria

O motivo de eu não poder sair de casa pela manhã, ninguém poderia me reconhecer

-Kate… - Marcos se levanta com uma cadeira na mão e depois se senta do meu lado - Estou tentando te ajudar, eu preciso que me deixe fazer isso

Eu respirei bem fundo e antes de começar a falar, pedi um copo d'água. Estava me desidratando muito fácil e com certeza isso não faria mal ao bebê

-Kate, por que não foi buscar ajuda esse tempo inteiro? - ele me olhava atentamente

-E-eu perdi a memória… Acordei numa casa apenas com David nela

Marcos estava com um bloco de notas anotando tudo que dizia

-E o que exatamente ele te dizia?

-Ele me disse que éramos amigos. Eu não pude fazer nada - minha boca estava seca e a cada palavra minha eu tinha que estar passando a língua pelos meus lábios para não sentir o gosto de sangue por causa dos cortes - Ele era a única pessoa que eu tinha naquele momento, não fazia idéia de que ele poderia estar mentindo para mim

-Certo… - ele se levanta e apoia suas mãos na sua cintura - Está me dizendo que não se lembrava de nada esse tempo inteiro? - balancei a cabeça em concordância - E depois que se lembrou…

-E-eu… Me descontrolei. Peguei uma arma que ele guardava no armário e apontei em sua direção - eu não gostava nem um pouco de lembrar desse momento - O tiro saiu sem querer, foi tudo culpa minha, eu matei o David, eu que mereço ser julgada…