𝙥𝙖𝙘𝙠𝙞𝙣𝙜...𝙤𝙧 𝙠𝙞𝙣𝙙 𝙤𝙛

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NAILEA's point of view.
Manhattan, New York City, NY.

AO CONTRÁRIO do percurso de metrô, que levava uma verdadeira eternidade, a viagem de Uber do Queens até Manhattan demorava cerca de 20 minutos, mas também, ao contrário do metrô, se pagava uma fortuna

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AO CONTRÁRIO do percurso de metrô, que levava uma verdadeira eternidade, a viagem de Uber do Queens até Manhattan demorava cerca de 20 minutos, mas também, ao contrário do metrô, se pagava uma fortuna.

Entreguei o dinheiro contado ao motorista, com uma tremenda dor no coração e no bolso, então segui caminho para dentro de meu prédio, a passos rápidos.

Eu não sabia o que esperava encontrar assim que abrisse a porta, mas definitivamente não era a visão de um mar de caixas de papelão ao redor de um Vincent mais que civilizado e uma Natasha, gargalhando a todo pulmões, enquanto usavam de nossa melhor louça para beber, o que eu chutava ser pelo cheiro que empertigava o ambiente, chá de hortelã e folha de laranja, com cubinhos de açúcar e tudo. Peguei-me pensando que se visse algum mindinho levantado, iria surtar. O que era isso? Hora do chá com a rainha? E como ele se atrevia a parecer tão descontraído e relaxado enquanto estava aqui atrapalhando minha agenda inteira? Ele nem se quer havia sido convidado!

Seja lá o que aquilo fosse, eu não estava disposta a ficar parada ali encarando por muito tempo, já que nenhum dos dois parecia haver notado minha presença ainda.

"O que você 'tá fazendo aqui?" – direta e reta. As duas cabeças loiras se viraram na minha direção. Uma com um sorriso contido, consequência da recém gargalhada que dava há segundos atrás, e a outra com um maior ainda, porém debochado e atrevido. Adivinhem só de quem era o segundo.

"Oi 'pra você também" – disse Vincent, pousando a xícara que bebericava em nossa mesa de centro e amostrando todos os seus 1 metro e 90 ao ficar de pé. Não respondi, só cruzei os braços à frente do peito, esperando uma explicação para minha pergunta. "Já que você dispensou os quatro transportadores que eu mandei, vim ajudar eu mesmo" – aquela resposta não me tranquilizava em nada. Olhando melhor, as roupas meio surradas que ele usava realmente constrastavam com a elegância com que o vi tomando chá momentos atrás. Ele realmente parecia ter vindo preparado para o trabalho. "E de bônus seus vizinhos ainda me viram por aqui, sabe, possíveis entrevistados" – certo. 'Possíveis entrevistados'. Quis revirar os olhos. Eu ainda achava uma grande perda de tempo ele ter vindo até aqui, não importava quantos dos meus vizinhos seriam entrevistados. Ele pensava que meu tempo era o que? "Aliás, a senhora que mora aqui em frente é uma graça" – torci o nariz.

"Ah, a Sra.Palmer?" – Natasha perguntou, se pronunciando pela primeira vez desde que cheguei. Vinnie assentiu, seus olhinhos âmbar parecendo subitamente curiosos. "Ela odeia a Nai" – e disse, simples assim.

Se o homem estava curioso antes, imagina agora.

Repreendi-a com o olhar em uma ordem silenciosa para que se mantivesse calada. Sim, era verdade, a velha me odiava, mas ele não precisava ficar sabendo disso, muito menos da história completa e conhecendo bem minha amiga, ela estava considerando contar.

𝐈 𝐃𝐎(𝐧𝐨𝐭) || 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora