⋆┄┄✦┄✧ ❝ 𝐴ℎ 𝑠𝑖𝑚. 𝑆𝑖𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑒́ 𝑚𝑒𝑢, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑒...𝑛𝑜𝑖𝑣𝑜 ❞
⋆┄┄✦┄✧ Nailea Devora tem sua vida virada de cabeça para baixo quando a imigração americana descobre que ela e sua família vivem de modo ilegal nos E...
1. que ou pessoa que imigra ou imigrou; que ou quem se estabeleceu em país estrangeiro."hordas i."
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ERA UM dia usualmente quente em Medellín. Ela gostaria de poder dizer que, assim como os outros, não havia nada de especial acontecendo, era somente mais uma manhã abafada em sua cidade natal em que ela logo deixaria sua pequena casa e seguiria, junto a avó, para a escola no final da rua, mas não. Quando a garotinha deu por si, já estava bastante atrasada para a primeira aula e ninguém nem mesmo havia se pronunciado a levá-la, na verdade todos pareciam especialmente ocupados.
Medellín já foi conhecida como a cidade mais perigosa do mundo, como resultado de uma guerra urbana desencadeada pelos cartéis de drogas no final dos anos 1980.
Ao som do particularmente caótico noticiário daquela manhã, que ela na verdade nem prestava muita atenção, a garotinha se encontrava passivamente sentada à mesa da cozinha, já com seu copo de leite e prato de bolo de banana respectivamente vazios, enquanto papai, mamãe e vovó moviam-se agitadamente por todos os cômodos da casa. Até mesmo o avô, quem não havia visto tomar sua tão essencial primeira xícara de café pela manhã, podia ser pego correndo de um lado para o outro.
Confusão assolava a expressão da pequena. O que eles estavam fazendo, afinal? Todos empilhando, empacotando e enfiando tudo o que conseguiam pegar dentro de quatro malas surradas diferentes. Não entendia. Papai havia dito que a família viajaria somente no mês que vem.
Ela logo reconheceu, em meio às bagagens, sua mochila rosa choque da Hello Kitty, a qual, ainda na noite anterior, já havia deixado preparada para o próximo dia de aula. Sorriu brevemente. Amava aquela mochila. Mas a realidade pareceu querer acertá-la logo em cheio porque no momento seguinte a mãe retirava, em mãos cheias, todos os seus materiais escolares ali de dentro, substituindo por punhados de roupa embolada.
"¡Mami!" - a garotinha gritou, finalmente levantando-se da mesa. "¡Para! No puedo ir a la escuela sin mis materiales"
A mãe interrompeu os movimentos quase mecânicos que vinham se seguindo durante toda aquela estressante manhã para encarar o pingo de gente que vinha batendo as perninhas curtas em sua direção, somente para provocar-lhe uma imensa tristeza ao encontrar a filha completamente arrumada para mais um dia de escola — de presilhas no cabelo e tudo. Agachou-se na altura da pequena. "Oh mi amor..." - acariciou-a as grandes bochechas. Sua expressão deixava claro o pesar que sentia ao pronunciar as próximas palavras. "Lo siento, pero mami no cree que puedas ir a la escuela hoy... o mañana. Ha habido un cambio de planes y vamos a tener que viajar hoy"
Havia uma realidade selvagem acometendo a vida dos cidadãos: moradores com medo de sair à rua, bairros controlados por gangues, extorsões, sequestros e quadrilhas de todos os tamanhos e especialidades.