𝙙𝙧𝙤𝙬𝙣𝙞𝙣𝙜

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NAILEA's point of view.
Manhattan, New York City, NY.

Manhattan, New York City, NY

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"WOW... O que foi que aconteceu com você?"

Procurei afastar os fios de cabelo rebeldes que tampavam minha visão, colocando-os atrás das orelhas e levantei o olhar preguiçosamente já sabendo o que esperar: uma morena de cabelos longos e cheios, alguns centímetros mais baixa que eu, porém disfarçados por seus favoritos, além de claro, marca registrada: saltos cor de carmim, encarando-me com suas perfeitas sobrancelhas arqueadas e melhor feição de choque. E foi exatamente isso que encontrei.

"Bom dia para você também, Avani"– murmurei revirando os olhos.

"Bom dia querida amiga Nailea!"– respondeu-me de forma exasperada esboçando um momentâneo sorriso amistoso e olhinhos brilhantes. Claramente falsos já que logo foram substituídos pelas feições anteriores. "Agora, o que é tudo..."– sua mão direita movimentou-se de cima a baixo por minha imagem. "Isso".

"Eu acordei atrasada, ' legal?" – passei pela garota rumando até minha mesa com o objetivo de que deixássemos este assunto para lá, mas o toc toc ritmado dos saltos carmim bem à minha cola indicava que isso não seria possível tão cedo. Ignorando-os por um breve momento, alcancei meu cantinho no ateliê despejando de forma qualquer o um milhão de coisas que vinha dificilmente segurando desde o momento em que sai em disparada porta à fora de meu apartamento, acabando assim por pegar-me refletida na grande tela do notebook à minha mesa.

Um sobretudo verde musgo agasalhava toda a extensão de meu corpo que por sua vez cobria-se com um Top Cami lilás com babado de corte franzido no busto e uma Mom Jeans azul desbotado. Nada combinando com nada. Quem visse nem acreditaria que daqui a poucos meses me formaria com méritos em moda.

Segurei a vontade de bufar comprimindo meus lábios em uma fina linha. Eu tinha plena noção de que a Sra.Priestly era extremamente exigente quando se tratava de roupas no trabalho. Nada de uniformes. Ela gostava que explorássemos nossos lados criativos a partir de roupas diárias, mas nem por isso significava que não estaria testando nossos potenciais a cada passo em falso de Louboutins da coleção passada.

É claro que eu não tinha dinheiro para tais marcas, mas como meu antigo professor de costura havia me ensinado, um dos trabalhos mais extraordinários que uma design pode fazer não é se apoiar em marcas preexistentes mas saber pechinchar criando seu próprio estilo. E a partir de perdidas preciosidades encontradas por mim nos locais mais subestimados como brechós, lojas de departamento e o mercado de tecidos na esquina de minha casa, desde que me mudei havia juntado itens suficientes para criar quase sozinha – com a ajuda da minha máquina de costura, é claro – todo o meu guarda-roupa atual.

Mas infelizmente neste momento, não me encontrava nada satisfeita com o que, na pressa, meu guarda-roupa tinha sido capaz de me oferecer. Realmente, a perfeição levava tempo e no meu caso, somente os 25 minutos que eu havia perdido dormindo mais do que devia, já serviriam. "Não é nada demais"- desviei o olhar de minha imagem e disse por fim, tentando convencer mais a mim do que à própria Avani.

𝐈 𝐃𝐎(𝐧𝐨𝐭) || 𝐯𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐡𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora