⋆┄┄✦┄✧ ❝ 𝐴ℎ 𝑠𝑖𝑚. 𝑆𝑖𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑒́ 𝑚𝑒𝑢, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑒...𝑛𝑜𝑖𝑣𝑜 ❞
⋆┄┄✦┄✧ Nailea Devora tem sua vida virada de cabeça para baixo quando a imigração americana descobre que ela e sua família vivem de modo ilegal nos E...
VINNIE's point of view. Manhattan, New York City, NY.
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ADORAVA AQUELE momento, logo antes de acordar, quando as finas linhas do seu cérebro ainda estão se tecendo para formar um novelo de consciência coerente. Era o cúmulo do 'Onde estou?' e 'Quem sou eu?'. Um momento desorientado e nebuloso em que metade dos neurônios ainda está divagando, seja lá em qual sonho se está tendo. Mas, essa manhã, havia alguma coisa diferente.
Começando pelo fato de que não era de manhã, ou esse era o meu quarto e, definitivamente, eu não estava sozinho.
Meu corpo estava mais quente do que o normal, e ao começar a me situar, fui me dando conta de um cheiro adocicado, que preenchia minhas narinas. Morango, talvez? Não, cereja. Definitivamente cereja. E algo pinicando embaixo do queixo, algo macio e duro ao mesmo tempo. Uma cabeça? É, havia uma cabeça aninhada na curva de meu pescoço. E um braço fino por cima da minha barriga. Uma perna quente enganchada na minha coxa, e um seio macio descansando no lado esquerdo do meu peitoral. Abri os olhos lentamente, encontrando Nailea, completamente aninhada e aconchegada em mim. Estava deitado de costas, os braços em volta dela, segurando-a com força junto ao corpo. Será que passamos quanto tempo assim? É gostoso. Estava ficando cada vez mais desperto. Desperto o suficiente para assimilar este último pensamento. É gostoso? Mas o quê...
"Você está duro?" – a voz horrorizada de Nailea cortou o silêncio sereno. O pulo que ela deu em seguida quase fez com que caísse da cama, é claro, sua perna ainda estava emaranhada na minha. E sim, definitivamente tinha algo acontecendo lá embaixo.
"Relaxa" – digo numa voz rouca de sono, enquanto esfregava os olhos com os punhos. "É o que acontece com todos os homens ao acordarem" – a clara rigidez em seu corpo, ainda bem próximo do meu, demonstrava que ela não parecia nem um pouco convencida com minha constatação. "Pura biologia, Devora" – saiu em forma de bocejo.
"Eu pensei que acontecesse só quando vocês acordassem de manhã" – ela deu ênfase na palavra manhã, me olhando desconfiada e esperava piamente que não tivesse visto minha expressão vacilar por um segundo.
Para ser sincero, eu também. Não fazia ideia do que estava acontecendo lá embaixo. Será que eu havia tido algum sonho que não devia? Afinal, tinha sim uma mulher mais que linda agarrada ao meu corpo por sei lá quanto tempo. Se esse havia sido o caso, gostaria de me lembrar do tal sonho mais tarde.
"Não" – simplesmente dei de ombros. "É sempre assim"
"Parece terrível" – a desconfiança em seus olhos suavizou, então ela se remexeu no colchão, alcançando o celular na cômoda ao lado.
Ri sem humor. "Você se acostuma"
"Ai, mierda!" – a mulher rosnou, me assustando e pulando para fora da cama em um movimento rápido. Assim que se afastou, experienciei uma sensação de perda. Já não estava mais quente e aconchegado, mas frio e sozinho, como costumava ser meu apartamento.
