⋆┄┄✦┄✧ ❝ 𝐴ℎ 𝑠𝑖𝑚. 𝑆𝑖𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑒́ 𝑚𝑒𝑢, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑒...𝑛𝑜𝑖𝑣𝑜 ❞
⋆┄┄✦┄✧ Nailea Devora tem sua vida virada de cabeça para baixo quando a imigração americana descobre que ela e sua família vivem de modo ilegal nos E...
NAILEA's point of view. Manhattan, New York City, NY.
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AS LUZES do clube eram visíveis a pelo menos dois quarteirões de distância. Feixes verdes, amarelos mas principalmente vermelhos estampavam o céu nublado daquela infeliz noite em Nova York, colorindo as nuvens densas de uma provável tempestade que se faria presente pela manhã.
Eu não queria estar ali, sentada no banco de trás de um Uber junto de Natasha a caminho daquele show de luzes em forma de boate. Meus olhos pesavam somente de sentir o balanço suave do carro e mesmo sentada meus pés imploravam para que eu os libertasse dos saltos, mas ao olhar de soslaio para Tasha e vê-la tão entusiasmada não consegui evitar que um sorriso contido desenhasse meus lábios.
Eu sabia o quanto Natasha andava ocupada durante essas semanas e o fato de eu não ver Kendra há dias não podia ser somente por eu não me permitir parar em casa. Tinha certeza de que elas não vinham tendo muito tempo para aproveitar uma a outra.
E minha teoria foi comprovada assim que passamos pela entrada estranhamente estreita que dava acesso ao local, adentrando em uma realidade quase como paralela e, diferentemente de mim, que ainda tentava me acostumar com a súbita mudança de ambiente, Tasha corria para os braços da namorada, sentada a algumas mesas de distância do bar junto de nossos outros amigos.
"Nai!" – ouvi Nathan gritar por entre a música alta, só agora percebendo que um ritmo latino, o qual eu conhecia muito bem, era o que ecoava das caixas de som enormes.
Olhei em volta. Não só o ritmo era latino como também toda a decoração daquele local. Leques circulares coloridos cobriam as paredes a nossa volta, arranjos de El cempasúchil enfeitavam cada mesa ali presente, pompons coloridos e bandeiras de papel picado disputavam para ver quem se destacaria mais ao pender do teto e mulheres com pernas torneadas trajavam vestidos de saia solta que as acompanhavam em cada requebrada daqueles quadris frenéticos em cima do palco.
Uma verdadeira fiesta.
Estranhei, mas nem tive tempo para me questionar, no segundo seguinte um Nathan engomadinho e entusiasmado já vinha saltitando em minha direção.
"Meu Deus gata, você está um arraso!" – disse Nathan pegando em minha mão e me fazendo dar um giro. A parte mais solta de meu vestido vermelho acompanhou o movimento, sendo levada pelo ar. "Você quem fez?" – perguntou ainda com os olhos colados ao meu corpo. Se qualquer outro homem me encarasse do modo como ele estava fazendo provavelmente eu me sentiria desconfortável, mas Nathan não só era gay e bem "casado" como um dos meus amigos mais antigos desde que começara a faculdade, cursando meu tão sonhado Design de Moda.
Assenti levemente envergonhada. Minhas bochechas contrastando com o vermelho do vestido. Na verdade, aquela peça havia feito parte de uns dos meus trabalhos para o semestre passado.
"Se você vai ser uma designer de prestígio no mundo da moda, precisa aprender a receber elogios, mon chérie" – o moreno piscou para mim me desencadeando uma risada gostosa.
