⋆┄┄✦┄✧ ❝ 𝐴ℎ 𝑠𝑖𝑚. 𝑆𝑖𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑒́ 𝑚𝑒𝑢, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑒...𝑛𝑜𝑖𝑣𝑜 ❞
⋆┄┄✦┄✧ Nailea Devora tem sua vida virada de cabeça para baixo quando a imigração americana descobre que ela e sua família vivem de modo ilegal nos E...
NAILEA's point of view. Manhattan, New York City, NY.
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"E ENTÃO, ele simplesmente enfiou a língua na minha garganta! Assim, sem mais nem menos!" – exasperei, enxotando o último de meus porta-retratos para dentro de uma das caixas que Vinnie havia largado em meu apartamento. Olhando em volta, para meu quarto quase completamente vazio e sem vida, lembro-me de que não planejava empacotar tantas coisas, mas à medida que eu, Natasha e Kendra embalávamos, tudo parecia subitamente muito essencial para se viver sem, mesmo que somente por míseros 3 meses, que segundo a internet, era o tempo necessário para se processar uma nova cidadania após o casamento entre um estrangeiro e um nativo.
3 meses... Pesando bem, isso parecia uma verdadeira eternidade.
"Não foi você quem disse que um adeus público poderia ser uma boa ideia?" – Kendra chamou minha atenção ao tentar enfiar, com dificuldade, duas colchas felpudas em uma caixa já lotada delas. Repousei a minha própria no chão e segui para ajudá-la. Meu tornozelo já não doía mais. Vinnie tinha razão, estava bom pela manhã – provavelmente a única coisa da qual aquele cara tinha alguma razão.
"É, mas eu estava falando de um abraço, beijo na bochecha, sei lá!" – se nossas quatro mãos não houvessem conseguido lacrar a caixa após alguns segundos de força bruta, seria obrigada a chamar Natasha para que se sentasse naquelas colchas. Se bem que, naquele momento, a raiva que sentia de Vinnie fora motivação mais do que o suficiente para tal. Kendra nem mesmo precisou fazer muito. "Tudo menos me agarrar na frente da classe inteira!" – ainda conseguia sentir o toque de seus lábios nos meus, e eu o odiava por isso. "Até mesmo a Srta.Elliot viu! E não importa quantos anos aquelas pessoas tenham, depois disso, todos se tornaram verdadeiros alunos de quinta série" – bufei ao lembrar-me da série de assobios que ouvi ao cruzar a porta da sala e isso fora apenas o começo. Fora uma longa noite de sexta-feira, uma das mais maiores, e pela primeira vez, não poderia culpar os dois horários seguidos de Administração de Produção dados pela Srta.Elliot. "Recebi provocações a noite toda" – murmurei, contrariada.
"E daí?" – Natasha, antes bastante concentrada numa batalha pessoal que a vi tendo com o aplicador de fita adesiva, se pronunciou, agora com as caixas ao seu redor já lacradas. Tasha 1 X aplicador 0. "Você beijou o maior gostoso na frente todos. Bom para você! Todos que te encheram a paciência estavam é com inveja" – torci o nariz e não pude evitar em notar Kendra fazendo o mesmo.
"O maior gostoso?"– a morena cruzou os braços à frente do peito. Aquela garota era um verdadeiro tubarão em seus casos. Sem piedade ou misericórdia, esmagava qualquer que fosse a concorrência nos júris simulados pela faculdade, muitas vezes abertos a espectadores de fora, como eu – segundo ela, seus professores gostavam da ideia de que os alunos se acostumassem com o 'palco', a plateia e a atenção já que seu futuro trabalho requeria se posicionar exatamente assim, em frente a um tribunal – mas quando se tratava de sua namorada, Kendra estava mais para um ursinho – felpudo, fofo e cheio de amor para dar e receber – por isso, seu tom levemente enciumado ao perguntar da constatação de Natasha sobre Vinnie quase me deu vontade de apertar suas bochechas. Vi minha colega de quarto puxar o celular do bolso e alguns cliques depois, mostrar algo à parceira. Eu examinava as duas com desconfiança enquanto a própria Kendra examinava a tela luminescente do eletrônico com precisão. Após instantes, ela levantou o rosto para mim com uma feição decidida. "Ele é bastante gostoso mesmo, não posso discutir com fatos"
