A conversa com dona Sibila estava mais agradável a cada minuto, ela contava suas histórias de uma forma enfática, mas sempre dizendo que não se arrependeu da escolhas erradas que fez no passado, pois foi por causa deles que ela hoje estava aqui. Nem sempre a sua vida foi um mar de rosas, mas sempre tirou o melhor de todas as situações ruins. Ela era exemplo de mulher que um dia eu almejava ser. Ela conheceu seu marido em uma festa de universidade e nos contou como fez para que ele se casasse com ela. Ela não usou desculpas ou inventou golpes como normalmente usam. Ou ele ficava com ela ou não usou algumas hipóteses e soluções rápidas que nunca funcionavam, porém, ele as fazia por amor a ela e pela vida que estavam construindo.
Seu marido foi um homem gentil e altruísta, mesmo que ele a deixasse pensa que estava no comando da empresa que os dois criaram juntos, ela dava os palpites e ele investia da forma dele. Era como se divertiam e conseguiram essa casa e ainda sim, tiveram Anneliese mãe de Gael, que morreu cinco anos atrás de um acidente de carro. Ela contou como foi para a família e para os netos. Ela mostrou algumas folhas de jornal antigo e fui lendo cada um deles, uma lágrima, não duas lágrimas caíram espontaneamente. Um silêncio foi ouvido entre nós. Mas pelas fotos, era uma mulher feliz quando agarrava os filhos no quintal, ou quando estava contando histórias para eles dormirem ou quando os levaram para um parque infantil que se acabou a anos. Dava para ver a felicidade dela nos olhos quando olhava para aqueles dois homenzinhos bem sorridentes. Olhei para Gael e o vi entortar a boca e derramar uma lágrima.
Mesmo assim ele usa o sorriso dela, a alegria dela, a energia dela para viver sua vida. Ele que poderia exigir de tudo quando sua avó poderia oferecer. Mas prefere trabalhar, prefere ver o mundo por si próprio. A avó contou como se orgulham dos netos por não ter perdido a força de continuar vivendo e vencer, Henry tinha 9 anos quando a mãe se foi, e Gael apenas 5 anos.
— Eles não precisam daquele bar ou da pousada mas eles insistem! — exclamou Sibila. — Não que não seja admirável, pois a mãe deles era igualmente igual a eles, mas eu posso garanti-los aqui.
Olhei pela primeira vez dona Sibila, com lágrimas nos olhos. Eu sabia o que dizer, sabia como dona Sibila, Gael e Henry se sentiam e mesmo assim seguiram com suas vidas, porque era o que a mãe deles queria que eles fizessem, seguisse a vida. Quem poderia explicar um amor assim? Um Amor que só Deus é capaz de entender, compreender. Sei que quando meu pai se foi, eu quis desistir, mas no fundo sabia que não era isso que ele queria. Ele queria que eu seguisse minha vida e na época não tive coragem. O silêncio perdurou por alguns minutos e logo percebo o quanto fui egoísta com meu pai, meus sentimentos e com Thomas. Mesmo que ele não queira mostrar, não está pronto para seguir em frente se a sua mãe que está em coma permanente se for, mas era o que ela queria que ele fizesse, seguisse em frente, ainda mais quando seu marido e pai de Thomas não ligava para o sofrimento de ambos.
Mesmo que eles parecessem bem, sabia que ainda era doloroso, pois amanhã será o aniversário de morte da mãe de Gael. O pai de Gael e Henry, não suportou a pressão e os abandonou, souberam semanas depois que estavam em uma cama de hospital e mesmo com tudo que ele causará a sua família estiveram lá quando precisaram. Agora entendo a reação de Gael perante Thomas na ponte. Ele sabia que não valia a pena. Mesmo com tudo que contara a ele, simplesmente disse que mesmo que ele se jogasse o pai de Thomas não ligaria, nem mesmo os amigos dele. Era apenas um homem fazendo drama, pois não entendia nem mesmo seus sentimentos e era por essa razão que Gael não gostava de Thomas. Depois de tudo que ouvi de dona Sibila, tudo que Thomas passou foi pesado, mas não chega perto da situação de Gael e Henry. Sozinhos no mundo apenas uma avó para orienta-los, quando seus pais haviam ido embora. Eles tinham todos os motivos para desistir, e, querendo ou não ainda estão aqui. Sorrindo e alegres, porque isso é o que lembra a mãe deles, é assim que eles querem se lembrar dela. Sorrindo. Feliz. Satisfeita com os filhos lindos que ela teve, mesmo quando fora difícil, ela sempre esteve com eles. Então procuraram não decepciona-la. Eles a mantém viva dentro deles até hoje com essa energia deles.
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Perfeito Para Mim - LIVRO ÚNICO
RomanceHistória de Emily Young. Traição. Decepções. Compaixão. Emily havia tirado a sorte grande quando começou um intenso caso com John Grant, o capitão de futebol do ensino médio, mesmo sabendo do seu histórico de bad boy. Ela só queria uma vida estabil...