🌷 Capítulo 6 🌷

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Passei quase duas horas com Thomas conversando e criando um plano de contenção de crise. Ele escutou atento a cada palavra, mas ele estava contendo um riso e eu queria de verdade muito saber, para isso dê certo, esse trato a base de uma necessidade, embora fosse um trato idiota, a sinceridade tinha que ser alicerce e não poderia haver segredos entre nós, eu tinha que construir uma boa base do que faríamos, para que ele não repetisse aquele mesmo erro ou voltasse para Boston e acabasse com sua vida lá. Sério, eu estava tentando não surtar com essa ideia. Precisava muito conversar sobre tudo que acontecia na vida de Thomas, mesmo com um sorriso sarcástico no rosto, parecia sem vida.

— Ok, preciso ser sincero — disse ele rindo, mas não como se contasse uma piada e sim de nervoso.

Olhei-o precisa.

— Bom, minha mãe ela tinha câncer, mas sofreu um acidente há uma semana e fez o câncer progredir e ela acabou ficando em coma, então ela desistiu de lutar. — diz ele ainda rindo e juntou as mãos na boca. Olhos mare

— Mas você acabou de dizer que...— digo me sentindo enganada, furiosa.

— Eu sei, ela tem câncer que está estágio final, mas sofreu um acidente — diz ele abaixando as mãos e apoiando-os na mesa. —, ela está em coma e isso está ajudando o câncer a progredir, ou seja, ela não tem chances. Embarquei nessa viagem por uma aposta dos meus amigos idiotas. E, se me permite dizer, principalmente pelo Conrad Pierce, meu amigo.

— E depois Gael que é um idiota, não é? — digo com sarcasmo e ele apenas me olha sério e convicto que fez a coisa errada. — Bom, como já havia dito Thomas, não posso te ajudar se não puder ser sincero comigo, ok? Segredos comigo não poderá haver.

— Mas preciso de um terapeuta — ele conclui.

— Exato. Tenho três meses e farei isso antes desse tempo acabar se concordar comigo.

— Estou dentro, vamos ver essa beleza da vida que você diz. — zomba ele.

Depois de todo o ocorrido e tudo que ouvi acho que essa era a única coisa mais positiva que ele falou. Eu precisava bolar alguma estratégia de passeio, mantê-lo ocupado era o único modo de deixá-lo apenas bem por ora. Henry se aproximou e perguntou se estava tudo bem e assinto, ele recolhe a mesa e lança um olhar desconfiado para Thomas que parece não se importar. Perguntei sobre Gael e  ele disse que ele estava bem, estava resolvendo algumas pendências em Tipperary. Confessou que Gael está doido para voltar para Dublin, animado para me levar para mais passeios, o que me deixou um pouco insegura com relação a Thomas. Mas isso podia esperar por hora.

Henry voltou ao seu trabalho depois de recolher a mesa e o olhar curioso de Thomas cria camadas de fúria em mim. Pelo visto, me irritava facilmente com coisas simples, agradecendo John mentalmente por essa proeza. Mas tinha que ficar claro que brincar com a vida dos outros ou mentir não vai ajudar no seu caso e isso precisa ficar muito claro entre nós dois. Conversei com ele abertamente, de forma como o professor Maguire me ensinou a fazer na aula três meses atrás. Precisava ser aberta, clara e explicar os motivos para que a pessoa enxergue seu ponto de vista. John de longe era a pessoa mais medrosa que conhecia em relação aos seus sentimentos, tentei ajudá-lo, mas era uma tarefa difícil. Ele nunca se permitiu ser ajudado e então acabei desistindo. Kate não havia absolvição.

Kevin ficaria um pouco preocupado com essa situação e pediria se eu retornasse agora mesmo, isso seria loucura. Seu lado super protetor acaba falando sempre mais alto. O considero como membro de nossa família e assim confio plenamente nele, nossa relação envolve muito clareza e sinceridade, é o que vou tentar abordar aqui com Thomas.

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