🌷 Capítulo 13 🌷

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Um sono tranquilo.

Foi o que tive em tempos e um dos melhores que tive até agora. Dormi como uma pena e por qual motivo ainda não sei. Me sentei na cama me espreguiçando e sorrindo. Hoje Kevin e mamãe chegariam, estava nervosa e feliz ao mesmo tempo. Olhei para janela e vi o amanhecer de Dublin, lindo e incrível.  era maravilhoso estar aqui. Às vezes cogitava morar definitivamente aqui, mamãe e Kevin entenderiam. Mas parte de mim, ainda sentiria falta da cidade barulhenta e poluída de Nova York, os carros voando sobressaltados pelas ruas interligadas.

Indecisão era um defeito e tanto em mim, sobressaía aos do que a teimosia. Me levanto preguiçosamente depois de relembrar o dia de ontem, intenso e motivado a compaixão mútua, fora o incidente com Thomas no entardecer para conversar, significava que ele confiava em mim, para compartilhar aquele fato que no momento, é tão aterrorizante pra ele que  aquilo chegava a me entorpecer.

Depois de um banho resolvi usar calça jeans preta e uma camisa  branca de mangas l9ngas e um caso grosso com alcochoamento por dentro para sobreviver esse frio  maciço de Dublin , espero que Kevin tenha comprado  muitos casacos, Sacudi meu cabelo e o joguei para trás deixando -os soltos e bem ondulados. Passo um batom vermelho e pego meu celular, Kevin estava chegando.

Peguei uma pequena bolsa a tiracolo quando ouço batidas na porta, deve ser Thomas ele queria me acompanhar para este momento. Gael hoje estaria lotado de serviço com o bar e não poderia vir, pelo menos estaria livre  de uma discussão dinossauresca entre os dois.
Abro a porta e vejo Thomas muito bem arrumado com um casaco branco grosso e calças jeans escuras, segurava em sua mão um gorro e sua cabeleireira loira estava penteada para trás, exceto por uma mecha que insistia em cair por cima dos seus olhos azuis, claros e brilhantes sem a rotineira tempestade que passava por eles como a de ontem a noite.

Lembro-me de sua promessa e me senti aliviada por ele não querer agir mais daquela forma comigo. Engatei meu gorro preto com bolinhas felpudas na cabeça e descemos as escadas. Thomas me contou que quando me deixou sozinha no quarto, ele ligou para o pai, ele esperava que ele se desse conta do erro grave que estava cometendo, da falta que fazia ele aqui, principalmente para Thomas. A resposta do pai dele era severa e instantânea: Não voltarei por motivos voláteis, você está aí, cuide dela e me deixe a par dos acontecimentos.

A irmã dele se pronunciou e disse que já era hora de ela ir já que estava trazendo peso a família, isso eta horrível de ouvir, ainda mais tratando-se de Thomas que tinha um temperamento forte e sentimentos que o embaraçavam, ele ainda não sabia agir com profundo senso de conscientização, ainda mais depressivo do jeito que está.

— Sua irmã podia ser mais complacente com a situação, é a mãe dela também. — digo.

Por mais fria que seja a irmã de Thomas, ela podia se compadecer da situação da mãe. Provavelmente o pai dele, não vai se importar  se ela morrer, eu sei que pessoas costumam ver as coisas de várias formas diferentes, mas sempre existe uma ocasião que mexe com a gente, no caso do pai dele, talvez nunca mude.

— Ela não se importa com nada além do dinheiro do meu pai, mamãe morrendo é menos uma para se preocupar. — afirma Thomas.

— Mesmo assim, Tereza ainda é filha dela e sua irmã, ela podia ao menos fingir que se importa. — cuspo as palavras com certa raiva.

Thomas passou o braço por meus ombros enquanto chegávamos ao hall da recepção. Vanessa franziu o cenho e comecei a rir internamente. Ele chamou um táxi e pediu que nos levasse para o aeroporto, faltava quase uma hora para minha família chegar, r a presença de Thomas me trazia muitas confusões. Pensamentos turvos e confusos tomavam a minha mente de forma intensa.

Thomas olhava pela janela do carro a vista maravilhosa de Dublin, mas sua mão procurou pela minha e segurou forte, seu polegar brincando com a minha palma, senti uma espécie de choque percorrer de sua pele para minha, meu estômago deu a volta ao mundo e senti minha boca secar. Olhei para Thomas e tentei focar no que sempre focava, em ajudá-lo. Mas ele permaneceu distraído olhando pela janela, sem emoção e sem seu deboche rotineiro ou carrancas expressivas que me irritavam. Ele continuou com seu gesto de carinho e pude analisa-lo de uma forma intensa. Ele era lindo, qualquer garota se apaixonaria por Thomas, não culpo Anne por ter caído em sua sedução barata, só a sua beleza era uma atração e tanto. Quando ele virou o rosto devagar em minha direção, me pegando no flagra me puxou para um abraço,  beijou o topo da minha cabeça e alisou meus cabelos.

— Você não pretende se apaixonar de novo? — pergunta Thomas, baixinho.

— Não está nos meus planos algo assim — respondo.

— Mas se em algum momento acontecer de você se conectar a alguém?

— Acho que eu passaria a vez, eu vim para Dublin atrás de um motivo que foi embaraçada com sua chegada e não pretendo desviar o caminho. — digo sincera.

A única e exclusiva razão dessa minha viagem era me reconectar comigo mesma, tenta reencontrar meu eu perdido a tanto tempo. Isso ainda não mudou, esse lance de se apaixonar era muito relativo segundo estudos de psicologia intensa. São pequenas moléculas do seu corpo que reagem a outra pessoa, uma espécie de dependência sentimental tão cruel quanto as drogas químicas.

Depois da minha experiência com John minha firma de ver o amor, se tornou algo trágico, um sentimento que só me traz dor e sofrimento e por algo assim que não quero me apaixonar de novo, não posso fazer isso outra vez. Thomas ficou agarrado a mim o caminho inteiro, ouvi-o fungar um, duas vezes, podia estar resfriado por causa desse frio estonteante de Dublin, era raro ter um dia de calor, ou o tempo é frio o tempo todo, apesar de estarmos no inverno aqui, ou o tempo está ameno.

Quando o taxista parou em frente ao aeroporto, Thomas pagou e descemos do carro. Ele sorriu e esticou sua mão esperando que eu a pegasse, sorri e devolvi o gesto, logo estávamos na ala de desembarque destinada a Kevin e mamãe, Thomas estragou as mãos e parecia ansioso, estava mais ansioso que eu mesma.

Aqueles minutos finais pareciam mais uma eternidade, Thomas segurava minha mão sempre que eu começava a agir nervosamente. Ele me dava uma tranquilidade imensa, lamento por Gael não poder vir hoje, mas ele vai adorar ouvir a história e conhecer Kevin, eles se dariam muito bem. Quando vi a silhueta de Kevin emergir dei pulinhos e gritei de emoção, atrás dele a minha mãe emocionada, se conheço bem, estava chorando e...fechei o cenho quando vi aquela alma sair de trás da minha mãe. Meu coração literalmente parou, eu não sei como ele me achou ou com soube que estava aqui, ele sorriu debilmente mas ao ver Thomas ao meu lado segurando meu ombro seu olhar caiu para o chão. Kevin fez sua expressão de culpado aquilo me entristeceu. Thomas estava com cenho franzido e me olhou confuso.

Kevin se aproximou de mim e me envolveu em um abraço que mal pude devolver de tão chocada que estava com a presença de John aqui. Como ele veio parar aqui? Minha mãe ficou do meu lado e assentiu, mas não fiz nenhuma afirmação ou contestação do que estava acontecendo. Thomas cumprimentou Kevin, que agiu simpaticamente e minha mãe, menos John, supus que Thomas desconfiava quem era a terceira pessoa e se ele desse um soco na cara de John, juro que eu ia gostar. Sei que é maldade pensar assim, não queria mal para John, mas desejava nunca mais vê-lo.

— Vocês precisam conversar, independentemente de qualquer agravante entre ambas as partes. — afirma Kevin.

— E eu pensei que você não o suportava. — digo sarcasticamente.

Thomas permaneceu ao meu lado, mas agora calado.

— E não o suporto, mas a insistência dele em vir te reencontrar foi maior que minha paciência.  — defende -se Kevin.

— Então, podemos nos instalar em algum lugar antes de iniciar essa discussão? — pergunta mamãe sempre querendo apaziguar os ânimos.

Thomas segurou mais uma vez a minha mão e olhou secamente para John que observava atento ao gesto, e parecia não ter gostado nem um pouco. Thomas me puxou dali e caminhou junto a mamãe e a Kevin que parecia feliz por eu ter arrumado alguém. John veio atrás de nós em silêncio, minha mãe o fez companhia enquanto nós não queríamos nem a sua presença ali.

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