🌷 Capítulo 18 🌷

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Já havia se passado semanas desde minha internação, recebi as visitas tão constantes. John era a única presença ainda indesejável.
Mas Thomas havia sumido, isso me deixava com nó no estômago, achava que era culpada por ele não ter ido. Eu sabia que não estava bem, era uma certeza absoluta, mas não precisava ser tão esquecida assim.

Gael havia dito ir na pousada para conversar com Thomas, saber o porquê dele sumir. Sem ao menos dizer tchau. Estava mais ansiosa do que outrora. Eu queria saber a resposta é mal via a hora de Gael entrar por aquela porta, já que hoje me sentindo um pouco melhor e tendo de receber alta, aguardaria para voltar a Nova York também, mas amanhã. Por hora, no meu último dia em Dublin queria estar com Thomas. John cruzou a porta novamente e meu coração doeu, não era quem eu queria ver nesse momento. Bufei em desagrado e ele não evitou ficar um tanto decepcionado com minha recepção.

— O médico está assinando sua alta, logo iremos para casa e ter a conversa que você está evitando ter. — explica John, sua voz soava um tanto esperançosa, era o pior momento para mim.

John estava só pensando em si mesmo e isso me irritava.

— Eu lhe disse que não há mais nada o que conversar. — disse um pouco fria, quero que ele entenda que sua vinda aqui só o fez perder tempo.

Ele abaixou a cabeça e assentiu.

— Mas não vou desistir de lutar por você. — afirmou ele com uma expressão confiante no rosto.

Respirei fundo.

— Está perdendo seu tempo e sabe disso! — sibilo.

— Está enganada, provarei que mudei e que esse Thomas não passa de uma paixão passageira. — insistiu.

Joguei minha cabeça para trás pedindo calma mentalmente a Deus. John estava se tornando alguém irritante, um adolescente sem o menor senso do ridículo ou de consciência. Meu coração martelava dentro do peito, queria que Gael chegasse e acabasse com esse tormento, mas parecia algo impossível, os minutos do relógio pendurado na parede se arrastavam lentamente enquanto eu esperava por Kevin e mamãe.

John se aproximou irritantemente e segurou meu rosto, fazendo-me olhar para seu olhar arrependido e esperançoso, aquilo me deixava irada.

— Eu já lhe pedi meu perdão, por que está tão  relutante? — perguntou. — Não há como negar que ainda me ama.

Eu ri de nervoso, como pode se iludir tanto com suas convicções? Ele só pode estar maluco. Segurei sua mão, retirando-a do meu rosto e deixei que caíssem na lateral de seu corpo. O olhei tentando passar toda sinceridade e franqueza que havia em mim, isso precisava acabar agora. Não havia mais o que discutir entre nós, não havia mais nós. Era loucura ele pensar que eu voltaria com ele sem pensar duas vezes. Eu gostei dele, mas também me acomodei aquela vida limitada, Thomas me oferecia muito mais que isso, mesmo com todas as suas perturbações emocionais. Eu me sentia bem, confortável, segura e livre.

Com ele eu podia ser eu mesma sabendo que ninguém me julgaria de louca, de perdida, aprendi muitas coisas desde minha vinda a Dublin. Conhecer Thomas, Gael, Henry, fizeram da minha viagem a melhor possível. Com certeza, voltaria para revê-los. John ainda tinha atitudes infantis, admiro sua coragem de vir me pedir perdão pelo que fez, mas não haveria mais nenhuma chance.

— John, eu o admiro por estar aqui e tentar, mas acredite em algo que vou lhe dizer — sorrio e prossigo. — Você não é um rapaz ruim, mas ainda precisa amadurecer e construir sua vida. Você quer meu perdão, eu já lhe dei, mas não pense que lhe darei outra chance pois não haverá nenhuma.

Ele me fitou sério e pela primeira vez estava entendendo o que eu estava lhe passando.

— Lamento que não dera muito certo com Kate, mas isso não significa que você precisa estar aqui flertando comigo outra vez. Vai encontrar alguém melhor do que eu, você merece ter felicidade e eu desejo isso à você, mas não vai ser comigo, você entende isso? — respiro uma, duas vezes ao terminar de falar e o vi sorrir.

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