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ANY GABRIELLY

— Como ele tem coragem de fazer isso? — pergunto enquanto ando de um lado para o outro. — Eu estava me esforçando para superar, já estava conseguindo pra esse filho da puta vir e me mandar uma carta. Uma merda de uma carta! — falo um pouco alto.

— Você vai fazer um buraco no chão da minha casa, Gabrielly. — disse Sina. — Encosta esse popôzão no sofá e se acalma.

— Como que eu vou me acalmar? Meu Deus, Si! Ele voltou, do nada. — digo e coloco as mãos na cabeça, me jogando no sofá.

— Amiga, calma pelo amor de Deus! Isso nem é tão ruim.

— Ah, claro que não! — digo e dou uma risada irônica. — O cara que eu achava ser o amor da minha vida, que me pediu em casamento, que planejou tudo junto comigo e no dia me abandonou lá no altar, na frente de todos, volta me mandando carta e isso nem é ruim.

— Ok, isso é ruim! — falou. — Ai que merda, eu não sei como te ajudar. — confessou.

— Não tem como me ajudar, Si! Nasci pra me fuder nessa vida. E nem é um fuder bom, hein. — digo suspirando.

— Sabe do que você está precisando? — pergunta.

— Ah pronto. Do que, Sina?

— De uma noite das garotas. — diz batendo palmas.

— Ah não! Não, não e não. — digo e nego com a cabeça várias vezes.

— Poxa, Any. É só pra você relaxar um pouco.

— Sina, a última vez que você me disse isso eu fui parar em uma casa de gogo boys e isso não foi legal. — digo a olhando.

— Tá, mas isso é passado. Olha, nós podemos só ficar aqui, deitadas e enchendo o bucho de besteiras. Pode ser? — insistiu.

— Você vai cozinhar? — pergunto e faço cara de pidona.

— Ah, não. Isso não. — diz e cruza os braços.

— Por favor, amiga.

— Não!

— Fala, malditas! — diz Noah entrando na casa.

— Já falei pra você parar de me chamar assim, Noah! — diz Sina.

— Desculpa meu amorzinho. — disse ele com voz de bebê, indo até ela e lhe dando um beijo.

— Eca! Cadê o respeito? Eu tô aqui. — digo.

— Ter amiga encalhada é um cu, hein. — diz ele revirando os olhos.

— Pô, Noah! — digo

— É mentira, benzinho. — diz vindo até mim e dando um beijo em minha testa. — O que estavam discutindo?

— Sina me chamou para uma noite das garotas, mas não quer cozinhar. — explico enquanto cruzo os braços como uma criança birrenta.

— Amor, explica pra ela que eu estou grávida e é horrível ficar em pé.

— Então, Any... É isso aí mesmo que a Sina disse. — falou. — Agora dá licença vocês duas porque eu vou tomar um banho. Tenho compromisso.

— Vai pra onde? — perguntou Sina.

— Sair com os caras. — explicou, saindo da sala.

— AMOR! — Sina gritou, fazendo ele voltar. — Você ainda têm contato com o Beauchamp?

Tombo minha cabeça para trás, fazendo cara de tédio e revirando os olhos.

— Tenho sim. — respondeu Noah, me olhando.

— Ah, qual é, eu não tenho nada com isso. — digo levantando as mãos para o alto.

— Ué, mas eu não disse nada. — respondeu rindo.

— Mas pensou.

— Tá lendo pensamentos agora, bruxinha?

— Sai daqui, Noah. — digo e taco uma almofada nele, que desvia e ri, saindo da sala em seguida. — Você é idiota? — pergunto olhando para Sina.

— Agora é que eu não cozinho mesmo. — falou com a cara fechada e indo até a cozinha.

— Poxa, Si! É mentira, você é o anjo da minha vida. — digo a seguindo. — Aquele que foi expulso do céu, sabe?

— Vai se fuder, Any Gabrielly!

— Você sabe que eu te amo. — falo rindo e fazendo coração com as mãos.

***

𝑳𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora